Yamato Resurrection

O navio voa novamente.

Esse filme é uma continuação de Final Yamato, o que fica claro pela presença dos restos congelados do planeta Aquarius ao redor da Terra, onde a Yamato afundou.

Vinte anos depois, surge uma nova ameaça, uma contra a qual nada pode ser feito, um buraco negro errante se aproxima do sistema solar, e sua presença irá destrui-lo completamente.

O negocio entao é se mandar. Felizmente conseguimos um espaço na lua habitável do planeta Amarl
, iniciando assim uma migração em massa com naves imensas, capazes de levar milhoes de pessoas, escoltadas pela armada da Terra.

O que acaba não ajudando muito, já que as duas primeiras frotas de migração foram atacadas e quase aniquiladas por forças desconhecidas, à caminho de Amarl.

Para comandar a defesa da terceira e ultima frota, na iminencia da destruição da Terra, Sanada, ex engenheiro da Yamato e agora responsável pela armada terrestre, vai atrás do unico capitão experiente em lidar com tais situações desesperadoras, Susumo Kodai, que depois de criar uma familia com Yuki está trabalhando em uma pequena nave cargueira.

Kodai fica relutante, mas aceita a missão depois de ouvir que Yuki está desaparecida, possivelmente morta, pois estava no comando da escolta da segunda frota e que sua propria filha ainda está na Terra.

O que fecha sua decisão no entanto é quando ele descobre qual nave lhe será entregue para comandar, a nova e melhorada Yamato.

A nova Yamato não difere muito da original, visualmente ao menos. Mas o novo e melhorado Motor de Ondas pode gerar energia para disparar o Canhão de Ondas até seis vezes consecutivas. Overkill é apenas um conceito para esse pessoal.

Buracos negros errantes são uma possibilidade bem real, embora não devam parecer com o mostrado no filme.

A principio parece seguir a formula da franquia, uma ameaça aparece para destruir a Terra e a Yamato tem X tempo para impedir. Batido mas bem executado. Senti uma certa fraqueza em dois pontos importantes,os novos tripulantes da Yamato, não há muito tempo para se apegar à eles, e os que tem mais tempo de tela, os gemeos engenheiros são irritantes.

O outro ponto fraco são as cenas de batalha, ou talvez o visual pouco inspirado nas naves alienigenas, não sei bem dizer o que, mas algo me incomodou ali.

O filme foi o primeiro feito depois de uma decisão da justiça japonesa sobre quem tem os direitos da obra, Leiji Matsumoto ou Yoshinobu Nishizaki. Cada um deles resolveu fazer sua propria série de filmes, então Final e Ressurection são de Nishizaki que teve a decisão favorável. Nishizaki foi o criador do conceito mas o negocio só começou a tomar a forma que conhecemos depois que Matsumoto foi trazido ao projeto.

Não é um filme ideal para quem não conhece nada sobre Yamato, tenho a impressão que essas pessoas vão ter um estranhamento muito grande, não apenas por que os personagens mais velhos referenciam fatos passados (até uma cena da série original aparece, com o traço antigo e tudo) quanto por alguns conceitos, como a propria Yamato e porque falam dela com uma reverencia quase religiosa.

Mas é um bom filme e certamente melhor que filmes recentes de franquias surgidas alguns anos depois da série original.

O abismo que leva à um Universo Expandido condenado à destruição