Um post para ficar no passado

Ia começar com “Precisamos falar sobre…”, mas isso é velho como tweets de James Gunn.

Semana passada ocorreu um turbilhão de emoções envolvendo o diretor James Gunn. Só que não foram as que nos acostumamos a ver, em especial em Guardiões da Galáxia.

Depois de um arranca rabo que normalmente não teria maiores repercussões, um blogueiro resolveu jogar mais coisas no ventilador, vasculhando o passado eletronico de Gunn. Como já disse alguém sábio, se você quer ter certeza que nunca encontrem nada contra você, dê descarga duas vezes.

O fato é que o sujeito encontrou um monte de tweets que, lidos sem contexto, são de arrepiar.

 

 

Um dos argumentos dos defensores do diretor é que seriam tweets antigos e apenas piadas. Desses dois argumentos, o que me parece mais frágil é o fato de serem antigos. Até pode ser válido, mas o tempo passado de uma declaração nunca foi empecilho quando se quer cavoucar a sujeira de alguém. Principalmente em se tratando de politica, e foi a origem do problema todo aqui.

Eu acredito que sejam realmente piadas. Não que a presença de um pedófilo em Hollywood fosse algo de se estranhar. É o mesmo que dizer que o sol nasce no leste. Mas não creio que seja o caso aqui.

Agora, ele apagou mais de 10 mil tweets. Não a conta inteira, vejam bem. Porra, se ele achou que o conteudo de 10 mil mensagens era algo a se preocupar, bem, é um numero espantoso.

O cara disse que era um provocador e gostava de dizer coisas chocantes para ver a reação das pessoas. Ok. Mas 10 mil é uma obsessão pouco saudável com um tema, mesmo que seja uma piada.

Não deixa de ser irônico que alguns dias antes ele tenha sugerido que os fãs de Star Wars precisassem de terapia.

 

 

Instaurou-se em Hollywood um clima de panico, que levou a demissão de Kevin Spacey por algo que fez; Roseanne Barr por algo que a personagem disse; e Henry Cavill se metendo em maus lençois ao declarar que tem receio de começar um flerte. Ou as bizarras regras do Netflix sobre duração em segundos de contato visual.

No entanto a demissão de Gunn acaba senbo uma atitude de coerência da Disney. Em primeiro lugar a companhia tem politicas muito rigorosas sobre sua imagem publica, e atitudes de seus contratados que possam afetar tal imagem.

 

Roseanne Barr foi demitida da série que levava seu nome por um comentário feito pela sua personagem e que foi entendido como racista. E a produtora da série, a ABC também pertence à Disney.

O pau que bate em Chico…

Não costumo ter dificuldade em separar obras de autores ou não conseguiria assistir Roman Polansky, Ricky e Morty ou ouvir Decrépitos por exemplo.

Então, para mim, não passaram de piadas, algumas de mal gosto, outras ruins e algumas até engraçadas. Só piadas. Mas nos tempos atuais, muita gente já foi demitida e mesmo teve sua vida destruída por menos. James Gunn não teria porque ser diferente.

Um youtuber, Count Dankula, foi processado, e preso por algumas horas, por crime de ódio na Inglaterra porque ensinou o pug da namorada a fazer a saudação nazista, em um video de 2016.

 

James Gunn só foi burro em ter falado um montão de bobeira, ou seja, piadas que podem facilmente se voltar contra ele,  com um telhado de vidro desses. Em tempos de #metoo, é um erro fatal.

 

Mas a melhor coisa foi um comentário em um video, que infelizmente não printei: “It´s time to talk about Gunn control.”