Telenet Japan, casa de Valis e Gaiares – A Ascensão

E vamos ver se conseguimos ir até o fim.

 

Hoje, com a necessidade de exércitos de programadores e orçamentos hollyudianos as produtoras de games só tem uma opção, crescer. Ou morrer. Seja com vendas ou fusões, para as pequenas produtoras só restam poucas alternativas. Criar jogos para celular, jogos de mahjong, coisas desconhecidas para PC ou, no Japão em particular, jogos hentai. Até se desintegrar. E foi isso que ocorreu com a Telenet Japan.

Já que fiz um review sobre um jogo dessa empresa, Gaiares, resolvi então procurar mais sobre ela. E o que achei não foi bom.

A Telenet foi fundada em 1983 por Kazuyuki Fukushimato e também era conhecida por Nippon Telenet (or Nihon Telenet). Foi uma empresa que começou fazendo jogos de golfe e simuladores, normalmente para computador, e era apenas mais uma da horda de developers que surgiu naquele periodo. Nomes totalmente desconhecidos como Glodia e até alguns como a Namco surgiram nessa época. Nós conhecemos a Telenet pelos seus jogos para console em particular. E esses jogos mostram uma coisa muito estranha e interessante.

A Telenet tinha vergonha de se tornar grande.

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É preciso saber o que o povo quer

E na época, queriam estudantes com espadas.

A Telenet nunca entrou fundo no negócio de animes, mas foi uma das primeiras empresas a apostar que nos jogos havia um apelo para os fãs de animação. E fazia isso usando temas típicos de animes e cutscenes.

"Tem um desenho no jogo? Não é possivel!"

“Tem um desenho no jogo? Não é possivel!”

Valis é fruto desse pensamento. Criado para o MSX em 1986 pela Wolf Team, uma divisão da empresa, o jogo era sobre Yuko, uma colegial de cabelo azul como mandava na época. Transformada em uma guerreira com uma espada e uma armadura minuscula, foi jogada em outra dimensão, para salvar sua amiga Reiko das garras dos monstros que infestavam o tal mundo.

Valis estava repleto de emocionantes cutscenes em estilo de anime e Yuko foi criada pelos animadores Osamu Nabeshima (que dirigiu 11 episodios de Saint Seya Lost Canvas, entre uma porrada de outras coisas) e Tomokazu Tokoro (Hellsing Ultimate).

Por alguma razão estranha, Valis nunca teve uma versão anime, apesar de sua popularidade. Não era tão comum assim na época, creio. O máximo que houve foi um comercial para TV, que diz a lenda, foi dirigido por Hideaki Anno, que dirigiria Neon Genesis Evangelion.

 

Hoje em dia Valis seria, na melhor das hipóteses, mediano. Na pior, quase medíocre. A história parece tola e a jogabilidade era bem genérica, algo que os velhos Castlevania faziam melhor. Mas foi um sucesso. Talvez se apoiando nas excelentes cutscenes, foi o bastante para render três sequencias, muito melhores, alguns remakes e spin-offs.

Telenet passou a produzir para Mega Drive, PC-Engine, NES e SNES. O ápice foi atingido em Valis III, que continuava a história e tinha outras duas personagens, além de muito mais cenários.

Valis III

Valis III

Então veio Valis IV, semelhante, semelhante demais, exceto pelo fato da Yuko não participar. Os jogadores estavam se cansando de ver colegiais de armaduras minusculas enfrentando outro -lord-monstro generico. Algo inexplicável para mim.

A Telenet usava bastante cutscenes em seus jogos. A série Cosmic Fantasy era cheia de cutscenes de excelente qualidade. O jogo em si não era tão bom, bastante similar a Dragon-Quest e muito dificil. Mas por alguma razão misteriosa teve uma versão em anime. O que não aconteceu com o carro chefe da empresa, Valis.

Vamos fazer o seguinte. Esse também era um post no Outerspace e o texto original é grande demais da conta. Então vou só deixar um pequeno videozinho aqui e continuar em outro post.

 

Até.