sexta da Garibagem – Poesia do Gariba por Dr manhattan!

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Antes de mais nada, gostaria de agradecer ao amiche Superior Omni Man que fez a sugestão desta análise, o que me obrigou a ler o pÓstE do Gariba algumas vezes (sim, PLURAL)… A você, o meu mais sincero ”vai tomar no meio da olhuca do teu cu”!! Obrigado.

No Poetema “Solidão” do egrégio amiche Gariba somos apresentados a uma série de intrincadas questões metafísicas que atormentam o sono dos filósofos desde a aurora dos tempos e que muito impacto exercem em nossa atual sociedêis como um todo. Em seu delirium tremens colérico, o jovem Gariba denuncia as inquietações e angústias de toda uma geração atormentada pelas ondas psíquicas broxantes emanadas pela Galinha Pintadinha. O mundo é sofrimento e tédio, afirma Schopenhauer. Gariba vai mais além: o mundo é sofrimento, tédio e disfunção erétil!

Passada esta pequena introduceta, miremo-nos na análise de cada estrofe desta intrincada obra dotada do mais profundo e broxante brilhantismo:

 

Solidão…
Será que tenho?
Será que não tenho?
Isso eu temo…
Jamais entender.

Como todos os grandes filósofos da filosofia metafísica pessimista de confronto, sem rodeios, Gariba já de início mostra-nos a imagem de uma sociedade atormentada pela solidão. Ele a expõe em toda a sua crueza e sofrimento. Ele denuncia: na sociedade a solidão é uma doença congênita, irreversível e terminal, não uma condição temporária. A solidão emerge no cotidiano como uma epidemia. Nesta estrofe, Gariba opta pela construção dos versos na forma de expressões interrogativas de modo a interpelar o leitor sobre o contraste irônico e inquietante de se estar sozinho no meio de uma multidão. Ao mesmo tempo, Gariba (ainda que com seu pinto flácido) come o cuzinho de Kant desmistificando seu famoso argumento “E L’inquietudine di vivere la vita senza te Ti prego aspettame perché non posso stare senza te”. Touché!!

Menino…
Que corre descalço
Raspando seu pé
Em busca…
Não da Arca de Noé
E sim…
Da pipa presa em seu pé.

Outra grande característica de nossa geração. Como crianças criadas a leite com pêra e ovomaltino poderão amadurecer e transformar-se numa sociedade adulta e civilizada? O Complexo de Peter Pan é lembrado por Gariba ao fazer tão singelos versos rememorando a quietude da infância, onde tudo era mais simples. A ausência de responsabilidades e desilusões. A juventude e tranquilidade dos dias preguiçosamente desperdiçados debaixo das macieiras. O culto à fantasia em detrimento à realidade. O verme esquizofrênico e esquizoide que corrói o animas mundi intergo e irrompe das entranhas do mero ser, convulsionando o ego e o superego… Consoante às palavras de Freud, “Ergum sum, ergos est”, o choque do Id versus o inter-ego é apresentado quando a irrealidade da arca é confrontada com a realidade em si, quando o autor cita a pipa presa no pé, ele remete-nos ao fato de se estar com os pés no chão, ou seja, a percepção da cruel realidade e o abandono do mundo de faz de conta indo do inconsciente para o consciente. A realidade não existe. A realidade é outra realidade. A realidade é uma mentira. A mentira é realidade. Logo, a realidade continua sendo a realidade.

Senhora…
Que espera no ponto
O tão desejado sorvete…
Mas será um lembrete?
De tanto anos de angustia?
Não sei…
Mas se ela precisar
Eu a ajudarei.

Mostrando-se deveras arrojado, Gariba aqui se diferencia do sem-número de poetas filosóficos  hipstereanos da modinha equiparando-se a Nostradammus ao conseguir expandir suas percepções mentais para o futuro nestas poucas e proféticas palavras. A figura feminina mesclada à iguaria culinária profetiza a vinda do sorvete de buceta que viria a ser noticiado dentro de algumas semanas. Gariba retoma a interpretação freudiana do pensamento schopenhauereneano exposto em seu livro “Do mundo como vontade e representação” em que a existência do indivíduo é condicionada inteiramente à busca da autoafirmação através do ato de reprodução, a atividade sexual. O ato de metelança é o objetivo último do indivíduo desde o momento de sua concepção. Focando na mulher e nos sucos vaginais dela oriundos quando do clímax advindo do prazer sexual, Gariba soma nesta passagem o termo “angústia” expondo a dificuldade masculina de encontrar o clitóris e assim satisfazer sua parceira o que acaba colocando um fim às relações humanas, e é aí que se expõe a genialidade da escola garibeña: a incapacidade de se encontrar o clitóris mesclado à solidão epidêmica, leva à completa frustração das relações amorosas e das relações como um todo. A incapacidade de se conectar a outro ser humano leva o indivíduo à completa “solitária comiseração catalítica misantrópica”, termo que Kierkegaard nomeou como “punheta”. Gariba mesmo sem apresentar quaisquer números nesta passagem profetiza: “o mundo morre de punheta em 17 anos”.
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Saquinho Lays na grama…
Será que ela ama?
Aquele que um dia
Saboreou o seu interior
Mas por falta de amor
Lhe abandonou.

Novamente percorrendo o pensamento schopenhauereano na qual a vontade é afirmada pelo desejo, Gariba (agora mostrando seu talento em análises extradimensionais) apresenta-nos o ocaso da sociedade da Terra Vegan em que todo o mundo fora abalado pela descoberta e uso da Equação Anti-Bacon por Abakauê (o Zweist da Terra-Vegan) que, uma vez não tendo seu amor correspondido pela sua parceira que amava mais o bacon do que qualquer outra coisa, decidiu pois colocar um fim ao amor nesta dimensão em questão privando o mundo de bacon (aqui representado como o pacote vazio de batata sabor bacon) que passou então a carecer de vontade como um todo, pois sem o animas anima, a vontade de viver desaparece, desaparecendo por completo também o amor e o poliamor.

Silvio Santos…
Um homem rico…
Mas será mesmo?
Será que ele não guarda
Um guardanapo em seu peito?
Com o numero
Da mulher que nunca o amou.

Boceta… boceta… boceta…Tudo é boceta. Boceta e dualismo cartesiano. Até mesmo para o homem do baú.
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Perereca…
Será ela sapeca?
Por pular de lá pra cá
E nunca enxergar
O verdadeiro sofrer?

Não somente as agruras masculinas são por Gariba retratas em seu poema. Aqui, num estudo abrangente e contemporâneo da vertente filosófica de Mc Timbu, ele também recorda da angústia feminina nas relações humanas. A figura feminina sofre grande tensão uma vez que não sabe se senta na piroca preta ou na branca. Incapaz de ter duas bocetas para ao mesmo tempo sentar nas duas, ela então fica pulando de um lado para outro na vida em busca do verdadeiro e seguro amor. Esta incerteza também incute na mulher sofrimento excruciante ao ponto tal de, no temor de errar, acaba então não fazendo qualquer escolha, se fechando para o mundo e tornando-se também uma figura solitária e masturbativa.

Cabelo…
Como coça
Será falta de banho?
Ou será os neurônios…
Planejando e arquitetando
A destruição contínua…
Dos meus hormônios.

Obviamente aqui Gariba ironiza a escola godokeana de poesia capilar letárgica ao enfatizar ser ele (Gariba) possuidor de longas, sedosas e delicadas madeixas cuidadosamente tratadas com produtos capilares comprados no site da Cultura ao passo que a escola godokeana é desprovida de todo e qualquer tegumento capilar.

Se leu até aqui…
Eu agradeço
Da forma que
Um tropeço
Não lhe faz cair
Nessa rotina
Que a pobre menina
Nunca conseguiu entender.

Essa parte eu também não entendi. Dou dois passinhos para trás e invoco a carta “Alguém nos ajude, Lázaro” em modo de análise lisérgica A+ para que possamos entender por que é que com um terço do valor de um pÓstE do Gariba você compra uma caixa de leite com uma arma dentro.

criolo
Obrigado

E bom princípio
Para aqueles que amam
O verdadeiro início
Chamado nascimento.

Esta última estrofe resume a trindade do pensamento garibeño-schopenhauereano que é “Este papagaio está morto. A Alface Maravilha destruirá a todos nós. Romani ite domum”. Gariba nesta passagem relembra-nos da brevidade da vida, o ciclo de mortes e renascimentos, o alfa e o ômega… o Yng e o Yang,  o Ang e a Korra… todos estes elementos reunidos juntos e togethermente no ciclo de criação e destruição das divindades hindus enquanto fazem sua dança no éter do mundo, no éter da existência, ou, consoante a extraordinária análise de Bob Balbúrdia no pÓstE original… “Sei lá, mil coisas”.

 

E isso é tudo, pessoal… broxada na boquinha e fiquem agora com os danos mentais permanentes advindos da onda forte que bateu com esta leitura, as tags , com as páginas relacionadas e então a seção de comentários e até o próximo pÓstE!!

 

Esta foi a análise do post Poesia nonsense do Gariba, aguardem novas análises hoje, e que deus tenha piedade das nossas almas!