Semana do Saldão – Golden Kamuy

Hinna, hinna.

De uma pesquisa à toa sobre a Manchuria, acabei achando esse aqui. E Timmy, foi um bom achado.

Pouco depois da guerra ente Japão e Russia pela disputa da Manchúria, isso foi em 1904/05, o soldado
Saichi Sugimoto está trabalhando como mineiro, para ajudar a viúva de um companheiro de exercito.

Nessas ele ouve um rumor de um bêbado sobre um tesouro imenso, que um criminoso teria roubado do povo Ainu. Os ainu são os habitantes originais do Japão. Considerados por muito tempo como cidadãos de segunda classe. Ainda hoje recebem olhares tortos em alguns lugares.

 

E não apenas por causa da tatuagem do Jóker.

 

É uma historia absurda. Os ainu teriam juntado 75 quilos de ouro (uma puta grana) para financiar uma revolução. Um deles ficou ganancioso e matou os outros, depois escondeu a grana. O cara acabou sendo jogado na duríssima prisão Abashiri. Ele tatuou 24 prisioneiros com uma parte do mapa para a grana e todos fugiram, cada um pra um lado.

Sugimoto não dá bola pra historia, até que na manhã seguinte, o cara que contou, já sóbrio, tenta mata-lo. Isso dá a Sugimoto a noção que a historia é verdadeira.

Quase que por acaso ele encontra pistas que podem leva-lo até essa bolada e acaba entrando em contato com Asirpa, uma menina Ainu que o salva de ser morto por um urso. Os dois então se unem, cada um com seu motivo, para encontrar o ouro.

 

Ele claramente é um fã de Frank Castle.

 

A coisa é que eles não são os únicos. Além dos próprios prisioneiros, que não foram jogados na pior prisão do Japão por atrasar pensão alimentícia, tem a renegada 7 Companhia do exercito, liderada por um demente genial e mais um pessoal simpático, incluindo Hijikata Toshizo, o vice lider do Shinsengumi. Quem viu coisas como Kenshin ou até Gintama deve conhecer a figura.

Mas durante a guerra, Sugimoto recebeu o apelido de “Sugimoto Imortal”, pela sua capacidade de sobreviver com uma mistura de sorte, força de vontade, ferocidade e determinação quase suicida.
Então ele também não é exatamente nenhum fazedor de miçangas. O que é bom, já que como o mapa para o ouro está na forma de tatuagens, a melhor forma de juntar isso é matando os caras e fazendo uma colcha apavorante.

 

Mas tem quem faça uma camiseta maneira. Ed Gein style.

 

O desenho não poupa muito na hora de mostrar o pessoal levando bala ou sendo retalhado de alguma forma e é bastante pés no chão, com o único elemento mais estranho é o lobo de Asirpa, que parece muito inteligente e a estranha facilidade em encontrar alguns dos tatuados.

Falando na Asirpa, é muito interessante ver sobre a cultura Ainu e como ela diverge da japonesa. Os próprios japoneses sabem muito pouco sobre os ainu, então há um estranhamento constante entre Sugimoto e Asirpa quanto aos costumes um do outro. Isso rende tanto as melhores piadas quanto os momentos mais intrigantes.

A piadas, são em geral bem feitas, o bastante para dar uma aliviada na trama, embora nem todas sejam boas. Mas não é como filmes do Thor pelo menos. Principalmente porque tem boa ação aqui, rápida e brutal. Os personagens são bons o bastante para que alguns dos secundários merecessem um destaque maior do que tem.

Pra ter uma noção do quanto esse texto está atrasado, eu comecei a faze-lo durante a primeira temporada e só estou terminando agora, quase no final da segunda.

 

 

Golden Kamuy é bom por ter uma historia intrigante, momentos bizarros (meu deus… a cena do ensopado…) ação pra carajo, vilões que parecem saídos da cabeça de Garth Ennis e personagens marcantes. É um anime/mangá adulto, mas não no sentido de que basta colocar sexo e palavrão para justificar isso. Só que pensando bem, eu recomendo para crianças também.

Ver um cara ser destroçado por uma granada é um impacto menos negativo do que a Peppa Pig.