Review Medroso: A Autópsia (SEM SPOILER)

Um filme meio ótimo, meio b…

Olha só, negadinha, como este site está mais morto que a vida sexual de vocês, resolvi fazer um pequeno review relâmpago de um filme que está em cartaz nos cinemas e que vi ontem com a Senhora Hellbolha, trata-se de “The Autopsy of Jane Doe”, ou, como ficou no Brasil, ” A Autópsia”.

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Como eu disse, lutarei contra meu hábito de escrever pequenos tratados em forma de post e tentarei fazer algo rápido e rasteiro (conseguir são outros quinhentos…). Em “A Autópsia”, somos apresentados a dois simpáticos personagens, Tommy Tilden (Brian Cox, o Coronel Stryker de X-Men 2) e seu filho, Austin Tilden (Emile Hirsch, de Na Natureza Selvagem e Show de Vizinha) , que trabalham em um necrotério nos porões de sua casa. Tudo anda “quase” as mil maravilhas, já que Austin pretende deixar essa vida e ir morar com sua namorada, Emma, mas ainda não contou para seu pai. Porém, tudo está para mudar a partir do momento em que recebem o corpo de uma jovem desconhecida, a qual chamam de Jane Doe (algo como “Joana Ninguém”, que seria o feminino de John Doe, o famoso “João Ninguém” ou “Fulano”, em nossa língua) já que se trata de uma indigente. E o que deveria ser só mais uma noite de trabalho se desenrola como algo muito mais sinistro…

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Excetuando os 5 minutos iniciais, o resto do filme se passa todo dentro do necrotério, o que é um risco, pois muita gente pode não comprar o clima claustrofóbico proposto e taxar o filme de monótono. No entanto, o diretor André Overdal (O Caçador de Trolls, recomendadíssimo) dá uma aula de como prender a atenção não ao local, inicialmente, e sim aos personagens e suas (estranhas) descobertas e, aí sim, tornar o local um personagem importante do filme. Em determinados momentos, a simples visão dos corredores já provoca arrepios.

Brian Cox e Emile Hisrch tem uma química extraordinária e te fazem se apegar a ambos de imediato, principalmente depois da cena em que Tommy, o personagem de Cox, dá uma “trolladinha marota” em Emma, namorada extremamente curiosa do Austin. Aliás, ambos são atores excepcionais.

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Quanto a trama, é aqui onde entra Moisés e divide o filme em dois. Do inicio ao meio do filme ele é tenso e te prende com as descobertas sobre as possíveis causas da morte de Jane Doe, sendo que cada descoberta causa mais dúvidas do que esclarecimentos. Os efeitos especiais do filme são INCRÍVEIS (tirando a cena do fogo no teto, com um CG bem vagabundozinho…) e a autópsia passa um nível de realismo que pode ser nauseante para pessoas mais sensíveis. O mistérios te fazem levantar um monte de hipóteses e te fazem se sentir um integrante da turma do Scooby-Doo de tantas possíveis explicações que você vai levantando. No entanto, a segunda metade do filme caí no erro de torná-lo um terror americano genérico, com corre-corre, jump-scares (não muitos) e uma conclusão que te deixa se lamentando pelo filme não ter seguido o climão de suspense crescente que morreu na metade.

Apesar de eu estar no time que não gostou da mudança de tom repentina a partir da metade, o filme agradou muito a Senhora Hellbolha e ainda teve o bônus de fazê-la se esconder os olhos atrás das mãos em muitos momentos, o que é um ponto positivo já que fazia muito tempo que um filme não tinha esse efeito sobre ela. Assim sendo, o filme pode agradar você, que está lendo este post, como um todo.  Ah, vale citar que os personagens não ficam naquela punhetação burra de “Ain, isso tem uma explicação lógica!” o filme todo. O personagem de Brian Cox é o cético da dupla mas até ele encara os fatos quando a coisa fica preta.

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O saldo final? A autópsia, apesar da mudança incomoda da metade para o final, ainda consegue minha indicação positiva. Veja, se possível, com uma turma. Tentar matar a charada escondida por trás do misterioso corpo de Jane Doe vai ser divertido, bem como ver seus amiguinhos e amiguinhas tomando susto a torto e a direito quando o bicho pegar.

Nota: 7,5 (se tivesse mantido o tom de mistério do inicio até o fim, perigava ganhar um 10)

PS: A frase completa do inicio do post é “Um filme meio ótimo, meio bom.” e não “Um filme meio ótimo, meio bosta.”. Um click bait saudável e de leve, ao contrário de certos blogs/sites que estão se tornando sinônimo de vergonha alheia por aí…