Resenha – Star Trek Discovery

É, mas não é também.

Eu estava bastante cético à principio e digamos que meus receios foram um tanto infundados. É uma boa série… para Mass Effect.

Isso porque a unica coisa vagamente semelhante a qualquer outra em Star Trek são justamente as naves, e só por fora. O uso normal de rifles ou a decisão de jogar a Primeira Diretriz pela janela me pareceram mais adequado mesmo à outras obras de sci-fi. Como já mostrei antes, as pontes de comando são bem escuras, os uniformes não tem cor alguma, algo estabelecido como demonstrativo de função e os klingons parecem lagartos egipcios espaciais.

Pictured: Chris Obi as T'Kuvma. STAR TREK: DISCOVERY coming to CBS All Access. Photo Cr: Jan Thijs. © 2017 CBS Interactive. All Rights Reserved.

Eu gostei desses klingons, embora sustente que deveriam ser chamados de alguma outra coisa, como Xuleskos por exemplo. Poderiam perfeitamente ser outra espécie, mas a escolha como sendo os klingons é mais facilmente explicável como sendo de reconhecimento do nome. Pessoas que não conhecem Star Trek podem ter ouvido falar de klingons, mesmo sem saber como eles se parecem.

Os dois primeiros episodios são centrados na nave Shenzhou, onde serve a protagonista, Michael Burman (Sonequa Martin-Green), ela é a Primeiro Oficial/Imediato da capitã Georgiou (a veterena Michelle Yeoh).  Durante uma missão para investigar uma falha numa estação retransmissora da Federação próxima à fronteira com o império Klingon, a Shenzhou acaba sendo pega numa armadilha preparada pelo lider klingon  T’kuvma (Chris Obi), que pretende reunificar o império, criando uma guerra com a Federação.

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Pelo que parece, a trama vai seguir um modelo mais serializado, ao invés de episódico, uma tendencia mais reminescente de outras séries.

Os personagens pareceram interessantes como a capitã Georgiou, tendo dificuldade em lidar com a escalada das hostilidades, por ser uma diplomata mais que um soldado. Esse é posicionamento básico da Federação na verdade. O tenente Saru, o paranoico oficial de ciencias da nave e o carismático lider Klingon, T’kuvma.

Justamente a protagonista me pareceu, estranha, talvez. Michael foi criada junto aos Vulcanos, e recebeu uma educação condizente, então quando ela aparece na nave, anos antes do episodio, age com a lógica e calma esperada. No momento do episodio ela é totalmente emocional e dada à uns devaneios poéticos esquisitos. Fora o fato de ser bem pouco profissional. Digamos que não estão se esforçando para que gostem dela.

Tecnicamente, é excelente. Isso é inegável. Desde os efeitos especiais até os cuidados com detalhes como essas botas klingon, que praticamente não aparecem, mas é pra se ter uma noção dos cuidados.

A cgs estão simplesmente ótimas.

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A abertura porém, algo sempre iconico na franquia, ficou muito aquém do esperado.  A musica não empolga e como alguém definiu perfeitamente, parece ser propaganda de agencia de design.

 

Mas é, à despeito do ceticismo inicial, no momento que passei a encarar a série como sendo, sei lá, Mass Effect ou Dark Matter, ou mesmo parte do universo dos filmes novos, deu pra curtir mais a vibe.

Então vou acompanhar e ver até onde isso vai.