Para ouvir antes de morrer – David Bowie

Eu odeio o fato de fazer um Para ouvir antes de morrer do Bowie logo depois de sua morte.

Parece um oportunismo barato. Então me desculpa aí!

Mas passando para o lado bom da coisa, vamos falar um pouco de uma das figuras mais icônicas do mundo das músicas.

O sr. Bowie nasceu no longínquo 8 de Janeiro de 47 e, desde então, construiu um currículo invejoso. Cantor, compositor, (multi)instrumentista, produtor musical, ator e mais uma caralhada de coisas.

Sendo o bom capricorniano que é, ambição e profissionalismo exalavam de sua pele. Assim como aquela calma e estabilidade sempre guiando um objetivo maior. E esse objetivo, senhoras e senhores, era o mundo. Não, me desculpa… o universo. Nem preciso mencionar que esse facilmente rendeu-se à seus pés.

Não quero ser um cuzão hipócrita do caralho… eu não sou o fã de Bowie. Já ouvi quase tudo o que ele fez e achei seu começo de carreira meio broxante. De fato nada dele tinha me chamado muita atenção até o The Rise and Fall of Ziggy Stardust and the Spiders From Mars. E, meus amigos, como chamou atenção! Foi ali que tive duas certezas estrondosas sobre David Bowie: Ele tinha um carisma inigualável e sua perícia musical era aguçadíssima!

Acho que, depois disso, falar incrivelmente bem dele é chover no molhado. Entre resgatar epicamente Lou Reed e Iggy Pop (leia um pouco mais sobre Iggy and the Stooges AQUI no texto do Godoka), Bowie sempre estava pronto para emplacar mais um hit.

Eu li muitos artigos, pensamentos, impressões e relatos sobre Bowie. Sempre que concluía um ficava com a impressão de que ele era o tiozinho mais legal do planeta. Aprendi, também, que David era um manipulador. Ele fazia suas apresentações, músicas e performances de uma forma que você visse exatamente aquilo que ele quisesse. Se ele não quisesse você não via. Simples assim. Seu status de “camaleão” sempre era referência para tratar de sua excentricidade, porém nos deixávamos levar por isso e esquecíamos que o que Bowie queria com aquilo tudo era que sua arte permanecesse tão transgressora e desafiadora quanto imortal. Tal qual o próprio.

Costumamos falar que o que é bom dura pouco, mas no fundo sabemos que tudo dura pouco. Exceto para Bowie. Tal como um meteoro que não muda sua trajetória, o moço não mudou seu caminho nem mesmo quando já estava no auge.

E foi com a mesma intensidade que sentimos sua separação de nós. Sei que ele só pegou um colante marciano, suas botas enormes, sua guitarra vermelha, subiu no primeiro foguete que viu e partiu em uma viagem sem volta para Marte. Tenho certeza que ele não olhou para trás. Ele não precisa disso, já que estaríamos todos olhando por ele daqui.

De repente continuar com esse texto é complicado. Eu saí muito da minha zona de conforto escrevendo isso. Peço perdão, novamente, pelo aproveitamento e sensacionalismo, mas eu precisava falar brevemente sobre essa lenda. Mesmo conhecendo pouco, sei que esse pouco é o suficiente para me acompanhar por toda uma vida, assim como ele também acompanha a vida de muitíssimas pessoas.

https://www.youtube.com/watch?v=Tgcc5V9Hu3g

Acho que a última coisa que gostaria de falar é que o universo é seu e sempre será.

Boa viagem, herói!

https://www.youtube.com/watch?v=psYQMY69gLo