No fundo do baú – microreviews ou não – parte 2

A velharia continua

 

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Comecemos com mais Verissimo. Basicamente é a historia de um escritor frustrado que trabalha numa pequena editora. O trampo do cara é escrever cartas de recusa à autores que mandam originais. Ele leva isso com um horror imenso, contando os minutos da semana até sexta, onde pode se abrigar no bar e beber com seus amigos, igualmente patéticos. Até que ele recebe um original chamado Ariadne que acaba mudando sua vida. É uma comédia despretenciosa e levada com talento por Verissimo.

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Um dos primeiros livros de ciencia que tive, comprado numa feira na escola. Claro, parte dessa ciencia já está ultrapassada mas o estilo do escritor me prendeu por bastante tempo. E é uma coisa boa um livro chamado “Os Mistérios…” de alguma coisa e não falar de besteiras como alienigenas do passado e besteira do tipo.

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O Diário de Anne Frank é um clássico e uma leitura interessante. É interessante notar como Anne vai mudando seu ponto de vista no diário. De observadora do proprio umbigo, vai ampliando para observar seus companheiros no esconderijo e a situação de seu país depois. Essa é a edição completa, contendo as partes que Otto Frank, o pai de Anne havia cortado antes. Eram basicamente partes onde Anne escrevia sobre as mudanças que via no próprio corpo e que Otto achava não serem adequadas. Pensar em como a situação acabou torna a leitura de uma tensão enorme.

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O autor, um praticante de um estilo Shinto Ryu de esgrima coloca várias filosofias, girando ao redor do tema da espada e do samurai e trás esses pensamentos para a vida atual e tals. Faz muito tempo que li e não me lembro bem.

 

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Um puta filme que gerou um puta livro. A leitura não deixa nada a dever ao filme no sentido tensão e cagaço geral. Pra mim isso já basta.

 

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Hervé This é chefe de cozinha e nesse livro usa a quimica e a fisica para mostrar como algumas coisas funcionam na cozinha e o que dá pra fazer para mandar umas receitas da hora.

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Essa série “Mortos de Fama” é do caralho. E como podem notar, outro livro que salvei do lixo. Mas enfim. É uma biografia bem humorada de alguma figura importante, como Newton ou Cleopatra, explicada em detalhes e contando com umas ilustrações divertidas pra dar aquela ajudada no texto. É uma ótima leitura, e não apenas infantil, pois esse livro por exemplo, entra em parte na complicada matemática de Newton. Recomendo mesmo.

 

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Mack Bolan é o pai do Justiceiro. Ou deveria ser. Os livros do Executor foram a inspiração para a criação de Frank Castle. Veterano do Vietnã? Confere. Familia morta pela máfia?Confere. Roupa preta?Confere. Letal? Confere. Porra, Marvel. Os livros de Mack Bolan são parecidos com aqueles bons filmes de ação. Os criminosos são malvadoes mesmo e Bolan não dá moral pra eles enquanto mete bala.

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Essa é foda. Quadrinhos brasileiros em seu momento mais anarquico, final dos 80, começo dos 90. Uma parada dessas dificilmente seria publicada hoje, quanto mais sair em banca. O que dizer de Juca Bação, um sujeitinho escroto cujo nariz imenso em forma de manjuba era sua unica forma de atrair as mulheres, ou o Capitão Piroca, ou Cornão o Brabo entre outras tosqueiras?

 

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Essa tem um conceito e uma levada bem legal. Em 1500, Antonio Brás, dono de um barzinho fuleiro em Lisboa é transformado em vampiro. E a principio sem entender o que está acontecendo, acaba sendo encontrado e aconselhado por outro vampiro. Segundo ele, a única forma de Antonio voltar a ser humano é matando, O Velho, o vampiro que o transformou. Para isso ele acaba como clandestino na caravela de Cabral e acaba acompanhando os 500 anos do Brasil. É um puta livro engraçado e com uns vampiros mostrados de forma interessantes.

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O Marquês de Sade não virou termo à toa. Justine não é para os de estomago fraco. Sério. O Exorcista parece ter menos mal do que este. Talvez por esse ser o mal humano. Mas enfim. Justine é uma garota boa e gentil, e por isso mesmo se fode o tempo todo. Todo tipo de crueldade acontece com ela, muitas vezes nas mãos de sujeitos que sabem muito bem que são canalhas e até monstros. Apenas não se importam. Ela é submetida à toda enciclopédia das parafilias. Por outro lado, sua irmã Juliette é cruel e manipuladora, logo se torna rica e bem sucedida.

 

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A Divina Comédia de Dante é mais conhecida pela sua primeira parte, o Inferno, o que é meio injusto. As outras duas partes, Purgatório e Paraíso são tão boas quanto a primeira. Mas não dá pra negar a força criativa e o ambiente assustador criado por Dante para descrever a morada do Cramunhão. O melhor dessa edição é que conta com os desenhos megafodaspracaralho de Gustave Doré, que dão aquele clima sinistraço essencial.

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Xógum, ou Shogum é um relato romantizado, com nomes de personagens trocados e um ou outro evento alterado, de um dos periodos mais interessantes e turbulentos da historia do Japão. Aqui, o daimio (um senhor da guerra feudal) Toranaga enfrenta adversários com intriga e na guerra num periodo quando era possivel, se ele quisesse, se tornar xogum. Toranaga é uma versão do primeiro xogum Tokugawa, Ieyasu Tokugawa. James Clavell é um puta escritor.

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Eu não planejei isso, mas por coincidencia esse livro trata justamente do final do xogunato, a chamada Restauração Meiji, outro periodo interessante. E mais ainda pra nós talvez. Foi necessário homens de incrivel coragem para fazer a mudança politica que eles fizeram. Houve conflito, certamente, mas se feita de outra maneira, poderia ter sido um banho de sangue ou terminado com o Japão conquistado pela Inglaterra como aconteceu no resto da Asia.

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Um velho livro da minha mãe. Não me recordo de ter lido.

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Kurosawa foi um puta diretor e Rashomon é considerado uma de suas obras primas. Isso é coisa pra caralho se pensarmos a quantidade de obras primas desse sujeito. Rashomon, criou, ou tornou relevante, sei lá, um tipo de narrativa que, se bem feito, rende uma puta historia. Essencialmente é isso. Houve um fato e são vistos os pontos de vistas e narrativas de diversas pessoas sobre esse fato, e essas narrativas divergem em vários pontos de forma que, a verdade, está  enterrada nas versões.

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E pra finalizar, o Livro dos Monstros de AD&D. Muitos monstros para matar, muita informação, algumas engraçadas até, ilustrações, na maioria boa ou passável, exceto os trabalhos do Tony DiTerlizzi, que como sempre manda benzaço. No fim das contas foi o suplemento mais usado até que comprei o da Terceira Edição, que era muito menor. Ainda dou uma folheada. Tem muito monstro ridiculo. É. Estou lembrando de você, Mantor.

Zweist
20/04/2015