Leia esta merda! – Juiz Dredd: Os Juízes do Apocalipse

Ok, vamos deixar Marvel e DC um pouco de lado.dredd-helmet
Nas longínquas terras britânicas, terra do futebol, dos Beatles e dos dentes horríveis nasceu o alvo desta resenha. Na segunda edição da icônica revista 2000AD nasceu o personagem mais conhecido daquelas bandas: Juíz Dredd, um dos maiores nomes no hall de juízes de Mega City 1. Mas as origens dele e da 2000AD são assunto pra outro post.

Os Juízes do Apocalipse foi um compilado de histórias do Juiz lançadas aqui no Brasil no formato original em preto e branco. Com roteiros de John Wagner, o criador do personagem e arte de Brian Bolland, o cara que dispensa apresentações, o encadernado junta 15 edições, com mais ênfase no provavelmente mais conhecido vilão da revista, o Juiz Death. E é isso que eu vou dar (ui) uma resenhada aqui.

judge2

Créindeupaitodopoderosoputaquepariuqueporraéessa?

Dividida em duas partes, a primeira parte da história principal nos apresenta Death e suas motivações. Vindo de outra dimensão, os juízes de seu mundo chegaram a deturpada idéia de que o maior crime é a vida, uma vez que todos os crimes em seu mundo eram cometidos por pessoas vivas. Quando finalmente a última pessoa viva de sua dimensão foi julgada, Death tomou por missão fazer valer sua lei em outras dimensões.

A sua maneira de julgar  os “criminosos” é um tanto peculiar. O vilão consegue atravessar suas mãos por entre os corpos dos vivos, brincando com o interior dos julgados e aplicando a sentença final. O primeiro confronto com Dredd se dá em uma discoteca, durante um massacre. Balas simples não afetam o morto, que finalmente é derrotado com uma bala incendiária. A derrota não significa morte, pois a alma de Death sai de seu velho corpo carbonizado jurando voltar.

13

Já no quartel dos Juízes, o corpo da criatura (ou pelo menos o que sobrou) é levado para ser analisado por alguém da Divisão Psi, juízes que possuem capacidades pisíquicas (se parecer viajem lembre-se que o mundo está na merda após uma guerra nuclear). Nesse ponto ocorre também a primeira aparição da Juíza Anderson, que consegue entrar em contato com Death e explica tudo aquilo que escrevi antes.

Tá tudo muito bem, tá tudo muito bom mas é aí que ocorre a merda. Death consegue possuir o corpo (que delícia, cara!) de Anderson, obrigando-a a levar sua ossada para um local onde possa ser regenerado. Atravez de contato mental com outros membros da Divisão Psi, Anderson diz a Dredd onde está indo e manda um outro recado: Boing. Sem entender direito porque da menção ao plástico em spray Dredd segue para o local.

Finalmente ao encontrar Anderson, Dredd põe em prática a ideia da juíza. No momento em que Andreson consegue conter Death, Dredd joga o conteúdo do spray e aprisiona a juíza e a criatura em um esquife plástico. Fim da parte um.

21

Quase no fim do encadernado temos a segunda parte. Durante uma visita a torre dos juízes, um homem usa uma pistola laser para libertar Death da redoma plástica. Ao chegar no seu apartamento descobrimos que o tal estava sendo chantageado por outros da dimensão de Death. Fear, que faz a pessoa contemplar o seu pior medo ao encará-lo, Mortis, cujo toque decompõe algém por completo e Fire, que faz com que sua vítimas paguem o pecado através do fogo (não me diga!?). Não quero me estender nessa parte pois tirando o desfecho muito legal essa parte é basicamente matança e porradaria, e descrever tudo estragaria a leitura da HQ. Só queria dar um destaque pro confronto entre Fear e Dredd, que é uma das coisas mais bonitas que já vi numa HQ.

Meu papel de parede favorito.

Meu papel de parede favorito.

Bem, quem está comprando a Dredd Megazine que está saindo pela Mythos (que não é nada mais do que a versão Superaventuras Marvel para a 2000AD, histórias de diferentes edições compiladas em uma mensal) não vai estranhar o estilo das histórias. São mais curtas, sem tempo pra muita enrolação, cada história tem mais ou menos umas 7 páginas, já que dividia espaço com várias outras. O roteiro do Wagner é bem simples e direto, o que é muito bom, e é a base dos primeiros anos do Juiz. Falar da arte do Bolland é chover no molhado, o mais interessante é o fato de esse ser um trabalho dele pré -DC Comics.

Dark-judges-spread

Uma leitura muito boa, se você consegui encontrar essa revista em um sebo eu aconselho que compre, pois é difícil sair nesse formato novamente. Mas não chega a ser impossível, pois a Mythos parece estar investindo nas histórias não publicadas aqui tanto do Dredd quanto outras coisas muito boas da 2000AD. Espero que esteja dando certo.

BollandDredd1978

E pra embalar sua leitura…EU SOU A LEI!

http://youtu.be/9rVFi6qkPHE