Led Zeppelin – III

Hora de movimentar um pouco essa coluna.

led

Esse disco  pode não possuir Stairway to Heaven ou Black Dog, presentes em seu sucessor, mas foi o meu primeiro contato com a banda, o primeiro disco o qual pus minhas mãos e pude escutar inteiro.

Gravado entre janeiro e agosto de 1970 e lançado no dia 5 de outubro do mesmo ano, III ou Bron-Yr-Aur, como é chamado pelos fãs, foi um marco importante na história da banda e um ponto de evolução musical que reverberaria pelas obras seguintes. Os discos anteriores (I e II) foram responsáveis por lançar a banda para o topo das paradas, e muita expectativa foi criada em torno deste terceiro álbum.

https://www.youtube.com/watch?v=hC-T0rC6m7I

E o resultado na época acabou não sendo do agrado nem dos fãs e nem dos críticos, recebendo avaliações não muito favoráveis na época de seu lançamento. Muito disso se deve pela grande presença de momentos acústicos, indo na contramão de seus antecessores. São 5 músicas acústicas em um disco com 10 faixas.

Não que o disco seja mais tranquilo, e Immigrant Song, música que abre o disco e é uma das mais conhecidas do grupo está aí pra provar isso. Dois minutos e vinte e cinco de puro rock, um tava no ouvido que na primeira audição me deixou completamente sem reação. Como que cientes do impacto que Immigrant causaria, na sequência vem Friends, a primeira música acústica do disco, cujo o tempo que demorei para me simpatizar com ela é proporcional ao quanto gosto da mesma hoje em dia.

https://www.youtube.com/watch?v=53CuByDNFT8

E tome mais porrada quando se iniciam os primeiros versos de Celebration Day. Era difícil na época conseguir escolher uma música como minha favorita, tarefa que hoje julgo praticamente impossível, mas Celebration foi uma música de  fácil assimilação e empatia. Mas nenhuma das músicas anteriores me preparou pro que estava por vir com Since I’ve Been Loving You, um blues de quase sete minutos e meio com um solo de guitarra irretocável, além da interpretação e voz de Robert Plant que me dá arrepios até hoje.

Out On The Tiles possui a ingrata missão de te trazer de volta para a Terra depois da música anterior. Um rock puro e simples como se fosse uma música que por um motivo qualquer ficou de fora dos discos anteriores, longe de ser uma das minhas favoritas, mas ainda assim uma ótima faixa. Mas a porra fica séria mesmo é com Gallows Pole, segunda faixa acústica do disco e uma das mais fantásticas de toda a discografia do Led Zepellin. Acho que deu pra notar o quanto gosto dessa música, certo?

https://www.youtube.com/watch?v=7kBX0K9nxPc

Tangerine é bonitinha, encantadora mas eu levei um certo tempo pra me acostumar com ela, principalmente com a sonoridade da guitarra na hora do solo, destoando completamente da pegada inicial da música. Hoje eu adoro, mas o estranhamento foi grande na época. That’s The Way é uma bela balada acústica com mais uma bela interpretação de Robert Plant, uma música com uma leveza e um charme únicos. Pena que na época não consegui dá-la a devida atenção por que as próximas (e últimas) duas faixas tiraram o pouco do fôlego que ainda me restavam.

Bron-Yr-Aur Stomp, uma música acústica com forte pegada folk, cujo grande trunfo se encontra no solo de violão, e puta que pariu que solo do caralho! Toda vez que eu vejo algum infeliz arranhar a introdução de Stairway to Heaven eu sempre penso “esse puto nunca vai conseguir fazer um pentelhésimo sequer do solo de Bron-Yr-Aur Stomp“. O disco encerra com Hats Off To (Roy) Harper, um blues rock acústico com abuso do uso de slide pra fazer qualquer bluesman do Delta do Mississippi se sentir feliz por ter deixado um legado para o mundo.

https://www.youtube.com/watch?v=dXm8JI_-4NQ

Há treze anos eu escutei Led Zeppelin III pela primeira vez e por muito tempo esse foi o único disco completo dos caras que eu tinha a minha disposição, e graças a ele a minha paixão pelo hard rock e pelas bandas dos anos 70 floreceu. Mesmo depois de treze anos, esse disco ainda me impressiona.