Kizumonogatari: Aquela curiosidade mórbida…

Eis mais um anime que eu nem sabia que existia…e quase perco esta perola!

Tenho um amigo que é animador e adora postar cenas aleatórias de animes que tenham uma animação bem trabalhada em seu Facebook, foi assim que me deparei com uma estranha cena onde um cara, com lâminas vermelhas no lugar das mãos, perseguia um garoto, cujo os braços o cara das lâminas já tinha arrancado, sob um forte chuva. Apesar da bizarrice, aquela cena me chamou a atenção e fui procurar pra saber do que se tratava. me deparei com o primeiro filme da trilogia Kizumonogatari, e é dos dois primeiros longas que falarei hoje.

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A história de Kizumonogatari não é nenhuma perola da originalidade ou mesmo da genialidade. A trama segue Araragi Koyomi, o tipico adolescente japonês solitário, que anda pra lá e pra cá de uniforme escolar e tem uma demência súbita ao falar com qualquer ser humano do sexo feminino. Isso fica bem claro quando conhece Hanekawa Tsubasa após, durante um súbito vento forte, ver a calcinha da mesma em uma cena pra lá de criada por um japonês mega-virgem. Daí se segue um diálogo onde a amizade de ambos se forma de maneira imbecil (você viu minha calcinha, agora seremos amigos para sempre e, mais adiante, nos apaixonaremos e teremos um romance “couro de pica com firmose”, daqueles que nem vai nem vem).

E assim nasce o amor…que lindo…snif…

Do nada, Hanekawa fala para que o Araragi tenha cuidado ao andar a noite pois pode encontrar um vampiro, mais especificamente uma vampira loira, história que surge de lugar nenhum e poderia muito bem ser o indicativo que a garota com físico de personagem hentai tinha sérios probleminhas mentais. No entanto, Araragi quer mais é saber que finalmente falou com uma mulher e quer é mais socar o pilão assim que chegar em casa. Depois de lembrar da calcinha da Hanekawa e se acabar na mão feito colher de pedreiro, Araragi vai até uma loja de revistas e compra uma edição que, curiosamente, só tem meninas com uniformes colegiais e de óculos, tal qual a Hanekawa. Por que ele faz isso? Por que ele é adolescente, filhotes, só uma punhetinha por dia não mata vontade dessa garotada! Tem que ser, no minimo, três, feito refeições.

Aliza Hola, campeão Holandês de socada de pilão categoria 3x10.

Aliza Hola, campeão Holandês de socada de pilão categoria 3×10.

Voltando da loja, Araragi (que nome escroto da porra…parece nome de banda de Axé ou de caboclo…) vê uma trilha de sangue que se estende da porta da escadaria do metrô e desce a porra toda. Como todo ser humano normal, ele obviamente segue a trilha de sangue em um lugar totalmente deserto, alheio a possibilidade de ter um assassino comedor de “cuzes” dentro deste cabaré. Lá embaixo, nosso retardado herói encontra uma jovem e bela loira de vestido vermelho, porém…desmembrada.

O cotoco implora por piedade a Araragi e pede pra que ele deixa-a sugar seu sangue para sobreviver. Porém, a vampira está fraca e quase perecendo e seu controle mental não surte efeito em Araragi, que mete o pé dali. Mas lembre-se: é um protagonista adolescente de anime, por isso, mais burro que uma porta! E, claro, Araragi volta, aceita ter seu sangue sugado e permite que a vampira recupere parte dos seus poderes. No entanto, Araragi achava que morreria no processo, mas a vampira não só o deixa viver como o torna seu escravo (Hellsing manda lembranças nesse carario…). A vampira, agora na forma de uma criança, já que seus poderes só se completarão quando recuperar seus membros roubados por um bando de caçadores de vampiros (que a desmembraram mas, por alguma razão, não a mataram, bando de incompetente do caralho…), revela que seu nome é Kiss-shot Acerola-orion Heart-under-blade (nome que copiei e colei por não ter saco de ficar memorizando algo tão ridículo quanto) e que a missão de Araragi será recuperar a porra dos seus membros e, fazendo isso, voltar a ser humano de novo. Daí pra frente entram novos personagens que parecem cópias do Gutts, do Shun, daquele samurai com cabelo afro de Samurai Shamploo, e não muitos outros já que essa porra dessa história é bem contida.

Encontre o Gutts, o Shun e o Amakusa do Samurai Spirits/Showdown na imagem acima!

Encontre o Gutts, o Shun e o Amakusa do Samurai Spirits/Showdown na imagem acima!

Como vocês podem ter notado, estou meio sem paciência hoje pra escrever de forma acadêmica. E, honestamente, Kizumonogatari nem merece, pois é uma obra com um roteiro clichê pra porra mas que compensa na direção e na qualidade da animação, de cair o queixo. Assim que começa, existem umas telas que ficam aparecendo no meio das cenas pra indicar o clima do momento, quando o clima é sombrio a tela fica cinza com o nome “Noir” em branco no centro, quando o clima é de embaraço, a tela fica vermelha e aparece o nome “Rouge” em branco no centro desta caceta. Quando vi isso já fui pensando “Eita, porra…lá vem uma porra cheia das drogas tipo aqueles dois episódios finais merdas de Evangelion…”, que muita gente pode vir com o discurso de “Ain, aquilo é metalinguagem! É genial! Hideaki Anno VISIONÁRIO! Vocês que são burros e não entendem!” mas que, na verdade, é uma grande chatice do caralho advinda de uma maconha mal fumada que o “Ânnus” usou como desculpa pra fazer algo experimental ao invés de simplesmente dizer “Olha, o destino dessa caralha tá nas mãos do Shinji. Se esse punheteiro chorão quiser que a porra toda continue do mesmo jeito, é só dizer. Se não, é só dizer também!”. Um cu!

Chorunheta: A mão sangra, o coração também…

FELIZMENTE Kizumonogatari não vira um cabaré não linear e cheio de cenas non-sense feitas por um diretor querendo trazer “profundidade” pra um monte de gordo punheteiro que dorme com travesseiros com estampas de menininhas de anime (beijo, Anubis). Ele segue uma linha narrativa coesa e retilínea que não quer ser mais do que um história clichezenta. E isso é ótimo! Claro que o diretor tem suas firulagens, mas sempre fica interessante e até bonito.

Os dois longas são curtos, com menos de uma hora e quinze cada e são sequencias diretas, como se fossem grandes episódios de uma série inglesa, sabe como é? Três episódios por temporada com quatro horas cada? Pois é isso! O primeiro é focado nas burrices do Araragi e em como ele se transformou no escravo da vampira de nome ridículo e complicado, e o segundo filme é focado na luta dele contra os caçadores de vampiros, o que rende cenas belissimamente animadas e de onde saiu a tal cena citada no começo desta bagaça, mostrada logo nos minutos iniciais e sem enrolação. O terceiro filme foi lançado em 6 de janeiro no Japão mas, até agora, não achei disponível para download em lugar nenhum. SIM, EU BAIXEI, MEU FILHO/MINHA FILHA! Ou você acha que eu comprei o Blu-Ray original importado do Japão pra escrever esse post que 15 pessoas irão ler? Eu não tô cagando dinheiro! Aliás, se algum dos 15 leitores achar o terceiro filme em algum lugar obscuro da rede, dá aquele toque maroto…

Se você bate muita chorunheta, feito o Shinji, isso é o que acaba acontecendo com você…

Por fim, Kizumonogatari tem uma trama mais genérica que novela mexicana, mas uma animação que dá gosto de ver (ao contrário do romance dos protagonistas que, assim como todo romance de anime, é uma enrolação do caralho até pra pegar na mão mas, quando vai pra frente, pula logo pra metelança…sim, isso VAI ACONTECER no terceiro filme, eu vi no trailer). Se você quer sorrir, dê pro Patati, se você quer brincar, dê pro Patatá. Se você quer ver animação bem feita, assista essa porra!

Nota: 8,0 (não pelo roteiro, aí é nota 3,0 e com muita boa vontade).