Jurassic Park

Esse demorou.

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Não me lembro quando comprei esse livro, só me lembro de pagar a bagatela de 10 pila em um livro de 40. Tinha pegado o mesmo em mãos umas semanas antes, e tinha me apaixonado. Como sempre, a Aleph anda tendo um cuidado gráfico acima da média com suas ficções científicas. Mas a pergunta primordial é: o livro é bom?

Quando Jurassic Park foi lançado no início nos anos 90, foi um verdadeiro burburinho. O livro alcançou tanto sucesso que poucos anos depois a adaptação cinematográfica que conquistou gerações estreou no cinema. Mas a versão do cinema sofreu algumas importantes alterações. Nenhum dos dois é ruim, mas também não tem como dizer qual deles é melhor. A narrativa pode ser um pouco arrastada e sem ação no começo, mas isso faz parte do contexto. O autor, Michael Crichton, procura embasar sua ficção com conceitos reais, ou pelo menos parcialmente reais. O trabalho de pesquisa em arqueologia e computação para confecção dos mínimos detalhes da obra merecem ser ressaltados.

A trama começa com uma série de relatos isolados sobre acidentes misteriosos envolvendo répteis até então não conhecidos na Costa Rica. Aparentemente existe algum esforço sabe-se lá de quem para acobertar esses incidentes. enquanto isso, os paleontólogos Grant e Ellie recebem a visita de seu patrocinador, o excêntrico septuagenário John Hammond. É dito a eles que seus conhecimentos são necessários para um empreendimento na Costa Rica, mais especificamente em Isla Nublar, uma ilha de propriedade de Hammond. De maneira muito relutante os dois acabam cedendo ao desejo do ancião e partem para a tal ilha.

Juntam-se a eles o matemático superstar Ian Malcon, além de Lex e Timmy, netos de Hammond. Até agora todos os personagens aqui citados existem em ambas as mídias, mas com personalidades diferentes, até mesmo a idade dos irmãos é modificada, sendo Lex a irmã mais nova. Em Isla Nublar todos descobrem que o intuito de Hammond com as pesquisas arqueológicas não foi para construir um parque baseado em evidências históricas, mas algo mais profundo. Graças ao avanços da pesquisa genética, Hammond constrói uma imenso parque cuja grande atração são dinossauros vivos.

Isso foi possível graças aos esforços de Herny Wu, um brilhante cientista. Wu coletou DNA fóssil presente em mosquitos conservados em âmbar e utilizou de engenharia genética para trazer os dinos de volta à vida. Claro que com certas medidas de segurança. Todos os dinos são fêmeas, portanto não podem se reproduzir livremente, e são dependentes de lisina, uma maneira de evitar com que os animais sobrevivam fora do ambiente controlado da ilha. Obviamente nem tudo são flores, e muitos dos animais também apresentam alguns problemas, doenças, alergias e outras coisas impossíveis de serem detectadas apenas mapeando o DNA.

Tudo parecia sob controle até que Nerdy, o responsável pelos sistemas computadorizados do parque acaba desligando o sistema temporariamente. Nerdy possui um contrato com um concorrente direto de Hammond, e pretende vender alguns embriões para ele. O problema é que algumas pessoas (Grant, Ellie, as crianças) estavam fazendo um passei inaugural pelo parque utilizando carros elétricos, e sem energia os carros param de funcionar. Não apenas os carros, como também as cercas de segurança…

Aqui acaba a resenha  para evitar spoilers pra que não leu nem viu o filme de 1993.

Como dito antes, esse livro acaba sendo bem mais detalhado que o filme, o que era de se esperar. O que acontece também ao se comparar as obras, notamos a preocupação de Spielberg em fazer o filme um pouco mais aceitável aos grande público, principalmente as crianças. Isso se dá não apenas em mudanças de cenas um tanto inapropriadas e graficamente violentas para um blockbuster, mas também na personalidade de alguns indivíduos do livro. Para citar um exemplo, John Hammond aqui é uma figura detestável, uma espécie de Walt Disney muito mais inconsequente que a sua contraparte cinematográfica.

Como hoje é Black Fraude, aquele dia em que as lojas aumentam o preço  original de seus produtos pra falar que estão fazendo um descontão, esse livro é altamente recomendado, principalmente se conseguirem um desconto no nível do meu, pois livro é a única coisa que  realmente abaixa de preço nessa época. Além de uma leitura muito boa, ele também é  uma peça de decoração e tanto na estante.

Godoka
26/08/2016