HQS CLÁSSICAS E SEUS HÁBITOS PECULIARES- PARTE 3

Mais uma série que volta do limbo!Sim, jovos e jovas, há muito, MUUUUUITO tempo atrás (ainda em 2017) eu iniciei uma série de posts sobre hábitos e vícios comumente encontrados nas HQs “clássicas”, aquelas que eram publicadas entre 60 e 80 (com uma pequena respingada nos tenebrosos 90). Esse rascunho estava salvo desde aquela época e, finalmente, resolvi criar vergonha na cara pra continuar. Então deem uma olhadela na PARTE 1, que é mais uma contextualização do panorama geral, e na PARTE 2 que é realmente onde a lista começa! Olharam? Então simbora continuar:

6-DRAMAS E ROMANCES DE FAZER VERGONHA A NOVELAS MEXICANAS.

Se tem uma coisa que os roteiristas dos anos 60 e 70 pareciam não saber fazer direito eram dramas pessoais. Sempre entupidos de pieguice, os dramas dos personagens eram exagerados ao ponto de me fazer acreditar que muitas histórias serviram como alicerce para a criação das novelas mexicanas no anos subsequentes. Os diálogos em uma história onde alguém usava drogas, por exemplo, pareciam ter saído da mente de Tommy Wiseau (se não sabe de quem estou falando, procure um filme chamado The Room e se faça o favor de assisti-lo JÁ! Ah, e ouça o Tortura Cinematográfica Show 5 em seguida!).

Isso pra não falar dos romances, muitas vezes começados de forma aleatória e com os personagens, cinco minutos após decidirem que estavam apaixonados, elevarem seu interesse romântico ao status de “troco o mundo por ele/ela”. Hoje em dia, isso é caso de tratamento psicológico pesado…

 

7-ESCREVE QUALQUER COISAS AÍ, DEPOIS A GENTE CHAMA DE “SAGA”.

Sim, estou me referindo a Guerra Kree-Skrull. Aquela história é qualquer coisa…menos uma saga! Ela começa soltando migalhas aleatoriamente em histórias totalmente desconexas de qualquer coisa que faça menção a Guerra Kree-Skrull só pra, nos 3 capítulos finais de um total de 9, começar a tal “saga”. Se você não leu A Guerra Kree-Skrull, pode ler minha resenha AQUI!

Mas, não se engane! Não foi apenas a Guerra Kree-Skrull que passou por este processo de “uma hora a gente chama de saga”. Muitas outras “sagas” hoje consagradas, começaram bruscamente no meio de histórias que não tinham nada a ver. Uma que me ocorre de imediato é a Saga da Fênix Negra, que até chegar à Fênix Negra em si, passa pelo clube do Inferno entre outras tretas. Ah, e tem Dias De Um Futuro Esquecido, que muitos desavisados podem achar que é uma mega-saga, dado o nível de importância que lhe é atribuído hoje em dia, chegando a inspirar um dos filmes da franquia X-Men, quando, na verdade, é só uma historieta em duas partes, com 20 páginas cada. Sim, eu também fiquei chocado quando descobri. E, não, eu não estou menosprezando. Ainda é uma boa história.

O fato é que escritores como Chris Claremont e Roy Thomas  escreviam mais de um título, creio eu, e não tinham lá muito tempo pra planejar grandes sagas. Não a toa, as histórias dos X-Men do Claremont viraram praticamente uma volta ao mundo, já que ele tinha que colocar os heróis mutantes em um problema diferente toda semana. As histórias tinham uma variação constante de qualidade, mas a ação era garantida.

 

8- TEXTO DEMAIS E SEM NECESSIDADE.

Chris Claremont. Sem mais. PRÓXIMO!

Não, sério…Tem gente que reclama de quem reclama disso. E EU RECLAMO! É CHATO SIM! Mas eu entendo o por que disso. É tudo parte do “Marvel Way” criado por Stan Lee e que Claremont e muitos outros seguiam, seja pra manter a identidade da coisa, seja porque, para eles, era assim que os bons quadrinhos que eles liam na infância eram feitos. E na DC não era diferente, claro. Leiam Crise nas Infinitas Terras e vejam que os balões com os diálogos escritos por Marv Wolfman rivalizam com a quantidade de personagens desenhados por George Perez.

 

9- AQUELA “HOMENAGEM” AO SUCESSO DO CINEMA DA VEZ…

Sim, HQ e cinema sempre serviram de fonte de inspiração mutua, isso é fato. No entanto, tem alguns momentos que essa “inspiração” passa um pouquinho do ponto…

Temos alguns exemplos relativamente recentes dessa “inspiração” como quando foi lançado Tron Legacy e todo personagem da Marvel ganhou uma versão de seu uniforme com luzes neon, as vezes apenas em capas variantes, as vezes em histórias de fato. Mas nada além disso. No entanto, voltando no tempo, temos casos menos “discretos”, como as clássicas Saga da Fênix Negra e a Saga da Ninhada dos X-Men.

O ano era 1980 e 3 anos antes Star Wars havia aterrissado nos cinemas com um surpreendente sucesso. Um ano antes tínhamos um dos grandes clássicos do terror/ficção nas telonas com Alien: O oitavo Passageiro.  Foi então que Chris Claremont, em sua correria louca nos roteiros, resolveu incorporar descaradamente elementos de ambos os filmas na franquia X-Men. E assim nascia o Império Shiar, os Piratas Siderais , é claro, a Ninhada, tudo sem muita preocupação de gerar comparativos óbvios.

 

10- ERA APENAS UM ROBÔ…

Me diga quantas histórias dos anos 70 e 80 e comecinho dos 90 você não leu que começavam com um dos personagens principais saltando ferozmente sobre os inimigos e, em seguida, sendo fuzilando, espancado ou, o mais clássico de todos, decapitado!

Era uma tentativa de chocar o leitor e talvez já tenha até funcionado um dia. Mas com o passar do tempo, foi se tornando um recurso repetitivo, preguiçoso e, sejamos honestos, bem imbecil.

 

Bem, estes forma todos os pontos que me vieram a cabeça até agora. Vai ter parte 4? Não sei! Depende se algo mais me vier a mente. Assim sendo, vamos deixar em aberto, combinado? Então até a próxima! Ou não…