Saudades dos filmes sinceros…

Sim, filmes sinceros, aqueles que apostam suas fichas em maquiagem e animatrônicos em vez de fazer tudo digital. E falando de filmes assim, não tem como não lembrar do clássico dos anos 80 “Um Lobisomem Americano Em Londres” que era exibido à exaustão nas tardes do SBT.

Dirigido por John Landis (que mais tarde dirigiria o clássico clipe de Michael Jackson, Thriller), o filme começa mostrando os amigos David Kessler e Jack Goodman mochilando através das longínquas e chatas pradaria e pântanos da Casa do Caralho no meio da Inglaterra, sem ideia de onde vão parar pra se alimentar e descansar. Após andarem pra caralho, os dois encontram uma vilazinha de merda e uma taverna cheia de gente estranha, que claramente se mostram incomodados com a presença de estrangeiros. O clima ruim do local faz ambos decidirem ir embora no meio da noite, mas não antes de serem avisados para se manterem na estrada e não se aproximarem dos pântanos.

“Vamo embora dessa merda!”

Porém, burros como são, os dois saem da estrada sem ao menos se darem conta do que fizeram, e em pouco tempo percebem que estão sendo seguidos e cercados por alguma coisa. Durante a fuga alguma fera os ataca, matando Jack e deixando David seriamente ferido. Semanas se passam e David acorda em hospital em Londres, sem se lembra direito do ocorrido. O fato é que ele foi socorrido pelos habitantes da vila e levado para ser tratado em Londres, e o caso foi encerrado como sendo um ataque de um louco que havia fugido do sanatório. Porém David começa a se lembrar aos poucos o que houve, e o que ele não se lembra o seu amigo Jack  ajuda a recordar.

“Problemas com espinhas? Acnase!”

Jack explica para David que ambos foram na verdade atacados por um lobisomem, e que David agora irá se transformar na próxima lua cheia. A única forma de isso não acontecer  seria se David tirasse a própria vida,  evitando assim que o mesmo se transformasse e matasse inocentes, além de trazer descanso à alma de Jack, que está amaldiçoado a vagar como espírito pela terra enquanto a linhagem de lobisomens existisse. Obviamente  David não dá ouvidos, apesar de cada vez mais acreditar que possa ser verdade.

Lobisomem morto vivo nazista. Esse dia foi louco.

Ao deixar o hospital, longe de casa e sem um puto no bolso, David é convidado por Alex, uma enfermeira que se afeiçoou ao rapaz, a morar com ela. O tempo passa e tudo parece correr bem, até chegar a noite de lua cheia. É aí que acontece a melhor cena do filme, a transformação de David em lobisomem, e cacete, come essa merda parece doer. Não é algo limpo e bonitinho como se mostra em filmes de vampirinhos que brilham no escuro, o processo é lento e feio, mas muito bem feito.

Após a transformação ocorre um série de pequenas cenas mostrando as vítimas de David, com destaque pra cena do última vítima, que coloquei como primeira imagem do post. Na manhã seguinte David acorda na jaula dos lobos em um zoológico e nu, sem a mínima ideia do que aconteceu. O mesmo volta para o apartamento de Alex, e mais tarde se reencontra com Jack, já em avançado estado de decomposição. Desta vez ele não está sozinho, as vítimas de David na noite passada o acompanham, motivadas a fazer com que o mesmo cometa suicídio. Após um longo debate com os fantasmas dentro de um cinema pornô (que vibe!), David se transforma de novo, só que já estamos no  fim do filme e eu não vou contar pra não estragar a graça (mesmo que o filme seja de 1981 e a maioria aqui já esteja careca de ter assistido).

O filme ganhou uma continuação em 97 com outro atores. Eu particularmente gosto muito, apesar do filme ter envelhecido terrivelmente mal justamente por causa do que eu falava no começo do post: a substituição dos efeitos especiais clássicos pela computação gráfica. Mas voltando ao original, se você gosta de filmes de terror e nunca assistiu eu sugiro que corra atrás, ainda hoje é um filme muito divertido.

E sente o drama: