Dororo: A saga de um toco vingador!

Por mais bizarro que esse título pareça, acredite…ele faz TOTAL SENTIDO!

Há muitos anos atrás, na falecida revista Anime>DO, foi lançado uma série de matérias falando sobre a vida e obra de Osamu Tezuka. Como a grande maioria bem sabe, Osamu Tezuka é, ninguém mais, ninguém menos, que o criador do mangá moderno. Entre as ilustrações de suas obras mais famosas como Kimba, A Princesa e o Cavaleiro, Black Jack e Astro Boy havia uma ilustração de um samurai altivo, olhando para o horizonte com o que parecia ser seu pequeno parceirinho ao seu lado. Essa ilustração ficou na minha cabeça por anos e eu nunca descobri o nome daquele personagem e nem a que mangá pertencia ( e não lembro da matéria da Anime>DO mencionar de fato). Eis a tal ilustração.

Apenas recentemente descobri que o tal samurai pertencia a um mangá de Tezuka chamado Dororo. E apenas mais recentemente ainda descobri que a New Pop o havia lançado no Brasil em sua totalidade no ano de 2010 (sim, a New Pop é PÉSSIMA com a divulgação de seu material). Foi então que no começo deste mês, vejo que as 4 edições estão em promoção em um certo site e compro-as com alegria (mal sabendo eu que entre comprar e receber haveriam mil perrengues, graças ao PÉSSIMO serviço de tal site…). E, amiches…que mangá gostoso de se ler!

Antes de mais nada, vamos a sinopse: Durante a era conhecida como Sengoku Jidai, ou Era da Guerra Civil no Japão, um senhor feudal chamado Daigo Kagemitsu tem fome de poder. Com o desejo de sobrepujar o seus inimigos e tomar todo o Japão para si, Kagemitsu vai até um templo onde se encontram 48 estátuas de demônios e oferece o corpo de seu filho, o qual estava para nascer, em troca de poder absoluto. Os demônios aceitam a barganha, dias depois, quando o filho de Kagemitsu nasce ele tem uma macabra surpresa. Acontece que os demônios tomaram 48 partes do corpo de seu filho e o que deixaram para trás foi um tronco disforme (daí o “toco vingador” do título do post). Temendo a repercussão que teria, Kagemitsu toma a criança de sua mulher e o lança ao rio dentro de uma bacia de madeira. Por sorte nosso toco mirim é encontrado por um bondoso médico, o qual não apenas cria o pequeno toquinho como lhe dá próteses de madeira para que pudesse viver como uma criança o mais normal possível. Tudo ia bem até que o toquinho cresce (sim, ele ainda não tinha nome até aí) e youkais ( pode ser traduzido como espíritos, demônios ou monstros, mas aqui fica como “demônios” mesmo) começam a aparecer aos montes em busca do que restou de verdadeiro no toquinho.

Vendo que a tendência dessas “visitas” era só aumentar, o médico, ao qual o toquinho considerava um pai, toma a decisão que qualquer pai responsável tomaria…e EXPULSA o toquinho de casa, já que os capetas queriam ele. No entanto, pra não sair como um filho da puta total, ele resolve armar o toquinho com duas lâminas ocultas em seus braços para, assim, poder combater os youkais em sua jornada. Além disso, o médico finalmente dá um nome ao toquinho, o chamando de Hyakkimaru. Durante sua jornada, Hyakkimaru acaba descobrindo a verdade sobre o seu corpo e também lhe é revelado que precisaria matar os 48 demônios que tomaram partes dele para recuperá-lo por completo. No caminho, conhece o pequeno Dororo, um ladrãozinho juvenil que é salvo por Hyakkimaru e decide segui-lo até que tenha a oportunidade de roubar as lâminas que este tem nos braços. E assim começa a saga de Dororo.

-Dororo…eu sou um Lego humano!
-EITA, CARAIO!!!

Devo confessar que, sim…eu realmente acho estranho o nome do mangá ser Dororo, sendo que o personagem que dá titulo ao mangá, apesar de sua importância para a trama em muitos momentos, é apenas o coadjuvante. Acho que poderia facilmente se chamar Hyakkimaru, ou Hitokiri no Youkai (seria “Retalhador de Youkais”, mas não tenho certeza se é assim que se escreveria já que meu japonês se resume citar Kenshiro do Hokuto no Ken), ou 48 Youkais, ou simplesmente Youkai Salyer. mas quem sou eu pra discordar do Deus dos Mangás? O fato é que Dororo, apesar de ter estampado o personagem título em todas as capas, com sua aparência fofinha, e apesar de contar com o característico traço “cartunesco” inspirado pelas animações Disney dos anos 30 tipico do Tezuka, é um mangá extremamente PESADO! E essa discrepância entre a arte e a temática é o que o deixa ainda mais impactante.

Para começar, o período em que se passa a história, o Sengoku Jidai, foi um dos mais violentos e devastadores para o Japão. Fazendo um comparativo com o ocidente, poderíamos dizer que foi a “Idade das Trevas” japonesa. Guerras civis eclodindo por todo o Japão por disputas territoriais onde os senhores feudais estavam defecando e locomovendo para os cidadãos comuns. A fome era constante, as condições miseráveis e, muitas vezes, para sobreviver, algumas pessoas apelavam para o canibalismo. Pesado, né? Pois é…e Tezuka NÃO AMENIZA NADA DISSO em Dororo! Está tudo lá, de forma crua e, graças ao traço mais “infantil” de Osamu Tezuka, duas vezes mais impactante. Pra quem assiste esses animes mais recentes de terror com traço fofinho e violência exagerada e se choca com isso, saiba que Tezuka já fazia isso há muitos anos atrás.

Hyakkimaru fatia, pica, tritura e faz deliciosos drinques!

Outro ponto a se destacar é o clima de terror que Tezuka imprime ao mangá. Os seus youkais são assustadores e, algumas vezes, perturbadores pela bizarrice inventiva do sujeito, como o youkai que Hyakkimaru e Dororo enfrentam no final do primeiro volume. Não vou dar spoilers, mas basta dizer que existe um segredo que parece óbvio mas que, ao final, se mostra inesperadamente mais bizarro do que você imaginou. E isso é ÓTIMO!

Esse bichão aí guarda uma “surpresinha”…

Mas não só de terror vive Dororo. O humor também é uma constante no mangá, e muito dele vem do próprio Dororo, que está sempre fazendo caretas, desafiando gente maior que ele e, quase constantemente, apanhando mais que cachorro ladrão, mas nunca perdendo a valentia. Além disso, Osamu Tezuka também costuma inserir pequenas piadinhas em cenas com muitos personagens. Podemos, por exemplo, encontrar um Beatle em meio a uma multidão de uma vila, podemos ver samurais se abraçando carinhosamente em meio a uma batalha campal, podemos ver o próprio autor aparecendo na história enquanto a desenha e tem até um momento onde um personagem continua lutando e falando mesmo com 3 flechas na cabeça! Tá…essa parte não foi realmente muito engraçada…mas certamente foi comicamente estranho. A questão é que, como já dito, Dororo é um mangá com uma temática extremamente pesada, seja no campo da fantasia ou no da realidade em que a história se passa, e é por isso que Osamu Tezuka insistia em cortar para momentos de humor escrachado em muitos momentos se utilizando da persona de Dororo para tal fim. O “problema” é que depois de muitos destes momentos cômicos, o manga parecia te dar um tapa na cara e dizer “Tá achando engraçado, filhote? Só que isso aqui é um mangá de terror e se passa no pior período do Japão, esqueceu?” e aí vinha mais um soco no estomago.

A fome e a guerra eram os maiores vilões dessa época.

Outro fator a se destacar são os dramas pessoais dos personagens. Como todos nós já sabemos, a vida de Hyakkimaru já começou difícil, no entanto nada é tão ruim que não possa piorar. Durante sua jornada ele conhece o pior da humanidade e percebe que nem sempre é preciso ter um youkai envolvido pra crueldade humana aparecer. Por outro lado, temos Dororo, sempre alegre, sorridente, brincalhão e valente, mas que esconde um passado cruel e um presente incerto, já que é uma criança crescendo sozinha em um período negro. Isso sem falar em dois segredos que esconde que, se fossem descobertos, sobretudo nessa época, tornariam sua vida um verdadeiro inferno. Ah, temos também os dramas pessoais dos personagens que vão aparecendo pelo caminho, alguns tão tristes como os dos personagens principais, outros apenas piegas mesmo…

Agora vamos falar de influências. Assim que você começa a ler Dororo se torna impossível não achar similaridades com obras famosas que vieram anos depois. Uma delas é Inuyasha e sua ambientação idêntica a de Dororo, com seu Japão feudal entupido de youkais e a busca por fragmentos de um objeto (a Shikon no Tama) que se encontram em posse de alguns deles, busca que remete a de Hyakkimaru pelas partes de seu corpo que também estão em poder dos youkais.  Mas a obra que realmente salta aos olhos em termos de similitudes é Berserk!

Página de Berserk onde Gutts enfrenta espíritos que o perseguem durante a noite. Não, pera…

Pense bem: Temos um espadachim que se veste de negro, tem próteses em seu corpo que usa como armas, é constantemente perturbado por entidades malignas, acaba ganhando um side-kick mirim que é alívio cômico e ladrão (aqui divididos entre Puck e, mais adiante, Isidoro) e vive em um período onde guerras, fome e doenças são rotina. Kentaro Miura nunca citou Dororo como sua influencia direta, sempre citando Guin Saga como sua maior inspiração ao lado de Conan. No entanto, o mesmo admite que muitas obras o influenciaram de forma “inconsciente” e, para mim e para quem leu Dororo, fica óbvio que a obra de Osamu Tezuka foi uma delas. Apesar de eu achar que não houve muita “inconsciência” aí…

Mas as similaridades com Berserk não ficam apenas no que foi citado acima, infelizmente. Se você é leitor de Berserk percebeu que a temática do mangá mudou drasticamente com o passar dos anos. De um terror medieval onde Gutts era um lobo solitário sedento por vingança e que não media esforços para matar um Apóstolo (vide o Capítulo das Crianças Perdidas, o meu favorito na Saga do Espadachim Negro) passamos para um “Final Fantasy”, com um Gutts mais calmo, se juntando a uma turminha clichê de RPG e se metendo em histórias cada vez mais distantes de sua jornada inicial, com direito a bichinhos fofinhos e “momentos Cavaleiros do Zodíaco”, onde amizade e o amor vencem tudo. Isso, somado ao fato da pausa em Berserk para a produção da one-shot Gigantomachia, a qual tem uma pegada mais leve, aventuresca e divertida, denotaram um claro cansaço de Miura quanto a pegada mais “dark” originalmente proposto para Berserk. Bem, são vinte anos no mesmo mangá com poucos avanços significativos na trama central…a culpa é do próprio Miura se ele cansou do tema. O mesmo aconteceu com Osamu Tezuka com relação a Dororo, só que Tezuka admitiu publicamente o cansaço bem como admitiu que encerrou as pressas o mangá, fato evidente no corrido final do quarto e ultimo volume da série. Segundo o próprio Tezuka, o clima pesado de Dororo estava lhe desagradando, já que esse peso estava afastando o mangá de sua fórmula original, que deveria ser um tipico shounen de aventura, e isso lhe fez perder o interesse em continuá-lo e capitular a luta de Hyakkimru contra cada um dos 48 youkais, como tinha sido inicialmente concebido. Assim sendo, Dororo foi encerrado em quatro volumes e com um final repleto de pontas soltas, mas longe de ser uma total decepção. Pelo menos ele não se perdeu no meio do caminho, como certos Miuras por aí…

Ah, esqueci de mencionar que Hyakkimaru matou a raposa de nove caudas! CHUPA, NARUTO!!!!

Assim como praticamente todas as obras de Osamu Tezuka, Dororo não se limitou apenas ao mangá. A obra recebeu uma adaptação animada em 1969, dois anos após o lançamento do mangá. O anime conta com um episódio piloto em cores como apresentação do que viria a ser a série mas acabou virando uma série de 26 episódio em preto e branco afim de baratear os custos. O tal episódio piloto é um resumão dos primeiros capítulos do mangá e tem um character design mais similar a obra original. Já a série de TV teve o traço mudado, se distanciando da arte mais “redondinha” de Osamu Tezuka e se aproximando mais a outros animes da época, dando um ar meio genérico a coisa toda. No entanto, a favor da série temos dois fatores. O primeiro é o ar mais sério que o mangá (por incrível que pareça), com um Hyakkimaru menos “gente fina” e mais sisudo e algumas correções nos absurdos do mangá, como por exemplo a partida de Hyakkimaru da casa de seu pai adotivo, que no anime é um ato voluntário do jovem samurai afim de proteger o homem que lhe criou, o que torna a coisa mais humana e crível. A trilha sonora é sensacional, cheia de vocais assustadores que mais lembram o cântico de monges além de, muitas vezes, lembrar as obras de Ennio Morricone. O clima da série é tão mais pesado que o mangá que adicionaram um cachorrinho chamado Nota como companheiro de Dororo afim de dar uma aliviada nas cenas mais tensas. O segundo fator é o final mais conclusivo. Como não cheguei ainda ao final da série nada posso afirmar, mas já ouvi dizer que amarra pontas soltas e é mais satisfatório que o final corrido do mangá. Abaixo você confere o episódio piloto com legendas em espanhol:

https://www.youtube.com/watch?v=YBYvz0mek0I&t=759s

Em 2004 Dororo ganhou um jogo para PS2 chamado Blood Will Tell: Tezuka Osamu’s Dororo. Eu não joguei mas sei que muita gente conheceu o personagem daí. Aliás, muita gente pode estar descobrindo neste exato momento que o jogo é baseado neste mangá! Tudo que sei é que, aparentemente,  o jogo conta a história de Dororo até a metade do volume 2 do mangá, culminando com o duelo entre Hyakkimaru e Tanosuke, um homem que era controlado por uma espada demoníaca que o dava um instinto assassino irrefreável afim de alimentar a dita cuja espada com sangue.

Em 2007 Dororo ganhou uma adaptação em live action. O filme, dirigido por Akihiko Shiota (sim, eu também não faço a mais parca ideia de quem seja), teve locações na Nova Zelândia mas, ao contrário de O Senhor dos Anéis, o resultado é uma bagunça, pra dizer o minimo. O filme joga a fidelidade ao Japão real mostrada no mangá pra cucuias e nos entrega um Japão fantasioso, com direito a influencia árabe, uso de eletricidade e outras coisinhas esquisitas que levam a história ainda mais pro mundo da fantasia, e não de forma positiva. Algumas mudanças, apesar de bizarras, fazem certo sentido mas, ainda assim, incomodam, como o fato de o médico que toma conta de Hyakkimaru ser um xamã nessa versão e fazer seus membros prostéticos com restos de cadáveres de crianças derretidos. Tá…faz mais sentido em partes, pois no mangá os membros de Hyakkimaru são de madeira e ninguém parece notar a diferença com relação a pele humana. No filme, os membros ficam com textura de pele e carne justamente por serem produzidos com membros reais. O que caga tudo é o fato de que o xamã usa eletricidade e mantém Hyakkimaru dentro de um aquário com um liquido amniótico durante grande parte de sua vida. Apesar da versão “Pinóquio” também não ser a mais pé no chão, eu ainda prefiro ela por ser mais justificada pela rusticidade que seria “possível” na época em que a história se passa.

Mas esse não é o único problema do filme. Aliás, antes fosse! O filme tem efeitos especiais HORRENDOS, com um CG que parece ter sido reaproveitado do jogo de 2004, além de contar com cenas de ação dignas de um tokusatsu ruim. Isso sem falar que já entrega um dos segredos de Dororo assim que sua contraparte de carne e osso aparece na tela. Aliás, esse segredo já é entregue no poster do filme. Tá, não é nenhuma graaande segredo, mas no mangá é escondido bem melhor! Caso queria conferir, eis o filme completinho e dublado no Youtube. O mais bizarro é que a dublagem diz que a história se passa no ano 3084, dando a entender que é um filme pós-apocalíptico. Mas eu prefiro crer que foi erro da dublagem pra não ter mais raiva…

https://www.youtube.com/watch?v=02_QuMDHivQ&t=1890s

 

Enfim, Dororo é um mangá que não envelheceu mal. Ele continua divertido, envolvente e cheio de personagens carismáticos. É interessante notar que, ao contrário de muitos comics produzidos na mesma época, Dororo não se tornou tão datado. Admita, muitas HQs dos anos 60 e 70 são um verdadeiro desafio de se ler sem querer dar longas pausas para recuperar o saco antes de continuar pelos excessos contidos. Dororo não. Como Osamu Tezuka definiu o mangá moderno, muito do que ele criou é utilizado até hoje e, justamente por isso, Dororo se torna uma leitura extremamente atual, ainda que tenha a cara de “Disney para maiores de 16” característica de seu criador. Dificilmente você vai ver os personagens terem longos momentos de explanação sobre coisas que acontecerem 2 páginas atrás ou repetindo em voz alta o que estão fazendo pois a arte de Tezuka é clara o bastante pra nos mostrar. Então fica a dica: Quando houver promoções em sites como Amazon e Dororo estiver lá por menos da metade do preço de capa (R$24,90, cada um dos meus volumes saiu por R$11,12 na distinta e incompetente concorrência), adquira sem medo! É um clássico pouco conhecido dentro das principais obras de Osamu Tezuka mas que merece total atenção. E é melhor que Ghost in the Shell…aquela bosta…

Nota: 9,5

PS:  Em alguns momentos do mangá Tezuka errava em alguns quadrinhos e, ao invés de refazer tudo de novo, colocava uma setinha e um balãozinho avisando “Esse quadrinho saiu errado” ou “Esse balão está errado”. Talvez pelo pouco tempo que tivesse para produzir, já que o sujeito era uma máquina e nunca estava parado e isso evitava perdas de tempos desnecessárias. Acontece umas 2 ou 3 vezes em todo Dororo, é mais engraçado do que indignante de se ver. Sim, até os mestres erram!

PS2: Esqueci de comentar a qualidade do material da NewPop. Os dois primeiros volumes estão impecáveis, com boa tradução e sem nenhum erro de português que me lembre. No terceiro volume é onde a coisa desanda um pouco, com falas em balões claramente trocados e uns erros de português bem visíveis, mas nada que atrapalhe o todo.E a NewPop já fez pior, que leu o mangá Alice no País das Maravilhas lançado pela editora vai saber do que estou falando…

PS3: Aos 45 do segundo tempo descobri que o sujeito que trabalhou no concept art do jogo Blood Will Tell foi um sujeitinho chamado Hiroaki Samura! Sim, o criador de Blade: A Lâmina do Imortal é o responsável não apenas pelo concept dos personagens como pelas artes que aparecem durante o jogo. Eis algumas imagens pra fechar o post com chave de ouro: