Die Fighting: A nobre arte de fazer um bom filme merda!

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Nesse momento eu quero que você pense em um filme ruim que só se salva pelo visual! Pensou? Não, apesar da descrição cair como uma luva, eu NÃO estou me referindo a Batman v Superman! 

Estou falando de um filmeco underground de porradaria louca e alucinada chamado Die Fighting, escrito, dirigido e estrelado pelo “famoso quem?” Fabien Garcia.

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Aí você me pergunta “Tio Hellbolha…como diabos o senhor acha esses troços?”, e eu vos respondo: vibe errada! Recentemente fiz maratona da duologia The Raid (Operação Invasão,no Brasil) e, em seguida, vi Merantau, filme também estrelado por Iko Uwais e dirigido por Gareth Evans, embrião para o que viria a ser The Raid.

Terminado os 3 filmes, queria ver mais porradaria bem coreografada e acabei colocando no Google “Google, filmes de porradaria bem coreografadas , por favor”. Assim sendo, saí olhando os trailers dos que mais me chamavam a atenção só pra confirmar aquela máxima”Poster bonito, filme feio” (máxima criada por mim mesmo. Patente pendente). Foi aí que parei em Die Fighting por um simples fator, um sujeitinho chamado Laurent Buson, um dos chefões finais do filme Merantau. Vi o trailer e, o que o roteiro parecia ter de merdoso, o filme parecia ter de lutas fodas! Assisti e…

Olha, Die Fighting tem tudo que um filmeco de artes marciais que passa na Band tem que ter:

º Interpretações medonhas
º Trama xexelenta
º Protagonistas feios feito a situação do Brasil
º Pessoas chorando sem conseguir  derramar uma lágrima devido ao item 1 desta lista

Assim sendo, mergulhei de cabeça nessa piscina de cocô…e não me arrependi! A trama é bem básica: uma equipe de 4 dublês recém premiada em um festival de cinema por conta de um curta, decide ir para Hollywood e tentar fazer seu primeiro  filme. No entanto, um homem misterioso sequestra a mulher do chefe do grupo de dublês e os obriga a entrar em um tipo de reality show onde terão que seguir um roteiro e fazer o filme mais realista de suas vidas.

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Uma coisa a ser  destacada no filme, apesar da falta de pé e cabeça em vários momentos, são as cenas de luta, lindamente coreografadas e com momentos de encher os olhos. Se você já viu o making of de qualquer filme, sabe que os dublês sempre fazem previews das cenas com uma câmera caseira afim de mostrar para o diretor como a bagaça vai sair. Essas cenas são, normalmente, feitas com velocidade e agilidade impressionantes, fatores que acabam se perdendo por ser necessário diminuir o ritmo pela escolha do diretor em querer colocar o ator no maior número possível de cenas, deixando o dublê um pouco mais de lado. O resultado é uma cena em tela com metade da velocidade vista no preview original. Outro fator que é comum nos filmes americanos é o fato do diretor meter uma série de cortes e câmeras chacoalhando nas cenas de luta, isso também serve pra esconder a troca do ator pelo dublês e, na cabeça deles, dar mais dinamismo e imersão a luta. A verdade é que acaba ficando uma GRANDE MERDA! Beijos, Batman Begins!

https://www.youtube.com/watch?v=DVETuH23jaY

Pois se isso ocorre nos filmes de ação com atores tarimbados mas que na vida real não sabem nem bater palmas, em Die Fighting a coisa é MUUUUUITO diferente, justamente pelo simples fato de todo o elenco ser composto por dublês. Ou seja, nada de ceninhas lerdas ou câmeras em ângulos fechado chacoalhando o tempo todo em meio a cortes rápidos e chatos pra caralho. Aqui é plano aberto, velocidade e habilidades postas a prova. Outro fator bacanas são as homenagens que o Fabien Garcia empurrou no filme. Temos uma homenagem a famosa cena de A Fúria do Dragão, onde Bruce Lee desce o sarrafo num dojo entupido de karatecas e temos uma homenagem ao filme Drunken Master: Mestre Invencível do Jackie Chan. Duas cenas muito bacanas.

Sei que até agora eu só tenho malhado o roteiro que, honestamente, é o que menos conta nesse tipo de filme, mas preciso dar o braço a torcer ao final de Die Fighting. Além de um baita plot twist de explodir a cabeça, ainda tem uma baita alfinetada na indústria hollywodiana, já que o filme é totalmente independente.O final acaba traçando um paralelo com a realidade.

Por fim, caso esteja de férias ou mesmo sem nada para fazer e gosta de filmes de porradaria descompromissados, procure Die Fighting. Tenho certeza que  você vai considerá-lo um ótimo filme ruim também!

Nota: 8,0 ( Na escala “Ótimos filmes merda”).