Detroit Metal City – por Zweist

Imagine um mundo perfeito, onde só tocasse música boa, e não adiantasse um produtor de merda subornar um dj de merda numa rádio.

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Onde todos os funkeiros, axeistas, e qualquer pessoa que cantasse música com que terminasse com “universitário” fosse afogada ao nascer. Seria um mundo perfeito.

Mas se esses abortos interrompidos não existissem, também é provável que não existisse uma das bandas mais foderosas do mundo, DMC!!

Vou resumir a premissa do desenho em uma frase se puder.

É como se o Luan Santana fosse obrigado a ser o vocalista dos Misfits.

Mais ou menos.

Negishi é um bostinha que sonha em se tornar um cantor pop, de musicas melosas, mas não consegue, simplesmente por ser muito ruim nisso. Se você parar para pensar num cara que é ruim demais para ser o Restart, dá pra ver o nível de ruindade de Negishi.

No entanto, para pagar as contas ele acaba, sabe-se lá como e uma banda de death metal, a DMC. E lá assume a identidade do terrorista do inferno Johannes Krauser II. Lá ele canta, para seu desespero, músicas sobre satanismo, estupro, matança em geral e outras amenidades. É quando surgem os problemas.

Negishi e Krauser. Como não querer socar a cara do Negishi?

Negishi e Krauser. Como não querer socar a cara do Negishi?

Negishi é um guitarrista talentoso, 100 vezes melhor para compor metal do que para compor as musiquetas que ele realmente quer tocar, embora as músicas sejam de incentivo para todo tipo de comportamento anti-social e destrutivo. É sempre ameaçado pela empresária barra pesada da banda quando quer abandonar os palcos. Pior. Negishi é um merda, sempre pisado e humilhado, e Krauser acaba se tornando sua válvula de escape de suas frustrações, algo como uma versão metal do Hulk, para onde ele se volta quando está na merda, o que acontece com frequencia.

"Quando Negishi fica puto, ele se torna um Johannes Krauser II. "

“Quando Negishi fica puto, ele se torna um Johannes Krauser II. “

 

Os fãs enlouquecidos da banda não ajudam em nada, pois eles realmente acreditam que ele (Krauser) é um demônio com poderes sobrenaturais, e atribuem à ele todo tipo de coincidencia e aumentam cada vez mais as histórias, sobre como ele matou os pais (os pais de Negishi são pacatos fazendeiros na verdade), como ele controla o clima e teria supostamente violentado e matado centenas de mulheres (Negishi é, naturalmente, um virjão).

Estuprar a torre de Tóquio não conta como sexo real.

Estuprar a torre de Tóquio não conta como sexo real.

Entre outros personagens estão a Presidente, a empresária da banda, uma ex-delinquente, não reabilitada na verdade, que arma os mais infames métodos para promover o DMC. Yuri, amiga de colégio e amor platõnico de Negishi, ela despreza Krauser e o DMC com todas as forças. Completando a banda estão Nishida e Wada, respectivamente o baterista e baixista da banda. Nishida é um gordinho tarado que pouco fala e tão dedicado à manda que não parou de tocar mesmo em chamas. O baixista Wada é  o único que realmente pega mulher ali e tem pretensão de abandonar o DMC para fundar uma banda estilo visual kei, mas como Negishi é intimidado à ficar pela Presidente. E para completar existe a presença do mais lendário músico de metal, Jack ill Dark, o Imperador.

 

A Presidente, argumentando com Krauser.

A Presidente, argumentando com Krauser.

É uma série curta de 12 OVAs, o mangá, com dez volumes e o live action. O live em particular merece uma menção à parte. É com certeza uma das melhores adaptações de um mangá/anime/oqueseja para live action, tanto pelo talento dos atores, em particular Kenishi Matsuyama, que interpreta Negishi e Krauser com exatidão na bostolecencia de Negishi e na fodassidade de Krauser (o anime teve que usar um dublador para cada personagem) quanto pela presença de GENE SIMMONS, como Jack ill Dark.

O traço, tanto do mangá quanto do anime são, eu diria, feios. Em alguns momentos, simples demais e quase toscos. Mas pensando bem, talvez seja melhor, não se foque no traço, veja a insanidade e maluquisse que estão constantemente acontecendo com Negishi e lhe obrigando a recorrer a Krauser cada vez mais e com resultados mais bizarros. E trilha sonora, tirando a parte onde Negishi canta suas músicas escrotas, é do caralho. A versão da música de abertura, Satsugai (Mate!) do live action é tão boa, se não melhor que a do anime.

 

 

As referencias a várias culturas musicais, em particular mesmo no Japão, ao Kiss (as maquiagens pesadas, personas no palco e mesmo o nome inspirado em Detroit Rock City), as frequentes tentativas de Negishi de se dedicar aquilo que realmente gosta (música ruim), seus engraçados fracassos, esses e outros fatores fazem Detroit Metal City algo para se destacar entre as comédias.

Segue a abertura do anime.

E a versão do live action

 

Sejam terroristas do inferno!! KRAUSER SAMA!!!