Beat´em ups- Vivos ou Mortos? Parte Dois

 

Vamos cortar o lenga-lenga e partir pra porrada.
Final Fight
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E agora chegamos a um dos clássicos incontestáveis. Entre os fãs do gênero, o título de “qual o melhor” se divide entre esse e Streets Of Rage, ambos tendo defensores fanáticos. Não vou me meter nessa briga, não agora pelo menos. De qualquer forma, quando Final Fight foi lançado, os beat´em ups já estavam estabelecidos, mas da mesma forma que fez com os Survival Horror e Fightng Games, a Capcom criou o jogo que as pessoas lembram em primeiro lugar.E rapaiz, que jogaço. Jogabilidade veloz e intensa, ondas de inimigos cruéis e bem bolados, excelente música, sprites enormes… um trabalho completo poucas vezes visto.

Você pode escolher entre o enorme prefeito Haggar, o brigento Cody ou o ninja de tênis, Guy. O objetivo é resgatar a filha de Haggar ,sequestrada pela gangue Mad Gear. Há, a clássica divisão entre os três personagens, o cara forte e lento, o veloz e fraco e o equilibrado. Mas, nunca notei muita diferença entre Guy e Cody, fora alguns golpes. E achar a voadora do Cody mais eficiente.

Para muitos, Final Fight foi o ápice evolucionário dos beat´em ups. Talvez. O segundo jogo também era muito bom, trocaram Guy e Cody pelo brasileiro Carlos, pois esse é o único nome brasileiro que a Capcom conhece (bem, pelo menos lembraram da gente, e podia ser pior, podia ser Miguelito ou Sancho) e a ninja loira pernuda Maki. A mecânica do jogo não mudou nada e para muitos, não tinha por que mudar mesmo.

Um erro que o terceiro jogo trataria de conhecer bem. Era simplesmente mais do mesmo em uma época que isso já não era mais tão apreciado.

Joguei as versões de arcade e SNES do primeiro, inclusive, é um port bem feito, EXCETO pelo fato que só era possível um jogador, Guy caiu fora, Poison e Roxy foram trocadas por punks genéricos e outras mudanças censurentas. Mas servia na época.

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E como é dificil achar uma imagem “para menores” da Maki…NOTA 9 (Arcade) 7 (SNES)
NOTA 9 (O segundo)
NOTA 7 (Terceiro)

Streets of Rage


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E eu seria brutalmente espancado se não mencionasse essa série logo após Final Fight. Na verdade já me arrisco tendo mencionado depois. Mas sigamos. A Sega, provavelmente de olho no sucesso da Capcom reuniu seu pessoal e lhes ordenou algo para bater de frente com Final Fight. Não dá pra chamar de cópia, pois Streets of Rage (SoR, como vou chamar) tem identidade própria.

Um sindicato do crime governa a cidade, os últimos policiais honestos saem pelas ruas para botar as coisas em ordem na porrada. Blah blah blah…. Isso importa? Sério?

Temos os três personagens de praxe, (o rápido, o forte, o equilibrado), com a diferença que:
A- A diferença entre o forte e o equilibrado é pequena. Axel e Adam são quase iguais, mas logo falo porque Adam é o melhor.
B- O personagem rápido é…. uma mulher. Sim. Eu sei que isso se tornou comum, mas na época não era, tá? Blaze foi uma primeiras porradeiras dos games, precursora de muitas. E quem, QUEM, entre os moleques que jogaram na época não pausou o jogo para ver se dava pra ter um vislumbre da calcinha dela durante a voadora? Canalhas! E dava pra ver na versão japonesa. Na americana não.

De toda forma, SoR buscava se diferenciar de seu concorrente em alguns detalhes importantes. Por exemplo, quando apanhando pacas em FF (Final Fight , porra! Não Final Fantasy.), você pode usar um golpe especial para derrubar os inimigos ao seu redor, a custo de um pouco de energia. Axel e seus amigos, no entanto podem chamar reforços, na forma de uma viatura de policia e um policial armado com um lança-foguetes ou uma metralhadora gatling e LIMPAR a tela. Só dava pra fazer isso uma vez por cada vida, a menos que você encontre um item especial. E também haviam finais diferentes para cada personagem, ou dois deles, e até uma trollada incrível.

Também era possível usar ataques em dupla, arrasadores, mas difíceis de coordenar. O normal era um jogador acabar acertando o outro.

Os gráficos são OK para o Mega, muito bons para a época, mas claro, não tanto como FF. As músicas, as músicas…. Feitas pelo fodão Yuzo Koshiro são clássicos e um aspecto onde SoR é muito superior. Clássicas. A jogabilidade é o seguinte. Como os sprites são menores que FF, não tem aqueles momentos em que a tela fica atulhada e você pensa “Tô ferrado”. Acontece, mas em escala menor. Claro, a voadora de Adam, derrubando tudo à sua frente ajudava também. Tá vendo, por isso ele era o melhor.

Streets of Rage 2 pegou tudo que tinha de bom no primeiro e melhorou. Gráficos melhores, música tão boa quanto (não dava pra melhorar afinal), mais diversidade de inimigos, lutas contra chefes menos injustas (no primeiro jogo, dois golpes do chefe e uma vida ia pro buraco). E algumas grandes diferenças. O apoio policial já era. Em troca, vários novos golpes, alguns estilo Street Fighter. Agora são quatro personagens, bem diferentes uns dos outros. O paredão Max, com seus agarrões e Sammy, irmão do Adam. É, o melhor cara no outro jogo dançou nesse, sequestrado pela gangue. Isso foi uma mudança que não me agradou. Tá, mudamos um cara forte pelo mais rápido e incrivelmente fraco. Sammy, ou Skate em algumas versões, é muito rápido, mas tem um alcance muito curto nos golpes, fatal em alguém tão fraco.

No geral, SoR 2 supera o primeiro, atingindo o status de clássico da série. Já Streets of Rage 3 cai na mesmo maldição da trilogia de jogos. Costuma ser assim. Primeiro jogo, clássico. Segundo jogo, clássico normalmente, mais que o primeiro até, principalmente porque as mecânicas do jogo são melhoradas, os desenvolvedores sabem o que fazer para melhorar e tal. Terceiro jogo, mais do mesmo.

E é isso o que acontece aqui. SoR 3 é muito bom mas é mais do mesmo, trocando Max pelo ciborgue Zan. Uma ou outra coisinha, mas é só.

NOTA 9 (O primeiro)
NOTA 9 (O segundo)
NOTA 6 (Terceiro) É, sei que são as mesmas notas de Final Fight, ou quase. Já disse que não quero decidir qual é o melhor. Não encha meu saco.

River City Ransom


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Esse jogo tem várias versões e continuações e tal, mas joguei o primeiro jogo, do NES, e bastante.

Vamos fazer o seguinte. A menos que eu diga outra coisa, entendam que a historia é sobre alguém sequestrado e os hematomas causados até libertar essa pessoa. Vai ser melhor assim.

River City tem umas coisas bem únicas, principalmente para a época que foi lançado. É possível aumentar os status do seu personagem, comprar mais golpes e outras coisinhas mais típicas de RPGs ou jogos mais modernos. Na imensa maioria dos beat´n ups antigos você tinha que levar o personagem até o último chefe com tudo na mesma situação do começo do jogo. Pior na verdade, pois com certeza já tinha gasto vidas ou continues no caminho.

Mas aqui temos todos esses elementos de RPG e tal e você vai encarar os desafios à frente muito mais forte do que no começo. E para ficar ainda mais ferradão é preciso de atitudes típicas de RPG. Como grinding, você sabe, aquele negócio de ficar indo e voltando em certas áreas para ganhar mais levels ou grana. Legal, se você curte fazer isso. E em River City Ransom é muito legal.

Claro que isso demandava um jogo um tanto diferente dos beat´n ups tradicionais. Não bastava apenas se deslocar para a direita socando gente. Era preciso um mapa aberto, por assim dizer, para poder voltar para a esquerda socando gente. Gente que, por sinal, seria agora fraca demais para apresentar ameaça. Então era possível ir para vários lugares da cidade, várias lojas (na verdade bem mais variadas que na maioria dos RPGs) e construir uma máquina de moer bandido arrasadora.

Gráficos e sons são meio simples, mesmo pros padrões do NES, os inimigos são praticamente os mesmos. Bah. mas é divertido pacas. Então…

NOTA 8

Sonic Blast Man

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Como parece ser comum, vou me dedurar de novo. Eu achava o Sonic Blast Man foda e copiei até o nome em um personagem que era meu alter ego. Sonic CB Man. Como eu era ridículo…. hoje sou um pouco menos.

O personagem nasceu em um daqueles arcades que você dava uma porrada em um aparelho e ele media sua força. Tinha uns objetos na tela, tipo um punk, um caminhão (ou trem, não lembro) e um asteróide, cada um representando uma dificuldade. E tinha o personagem, um super herói daqueles antiquados, cueca em cima da calça e sorriso e atitude do tipo “Não temam cidadões!”

E alguém achou que daria um bom jogo fora dos arcades. Mas como? Vender almofadas e demais apetrechos para os jogadores? Inviável, ainda que seja o tipo de estratégia caça-niqueis que ainda existe.

Então faremos um beat´n up! É a solução de todos os problemas. Na verdade, acho que socar pessoas realmente seria a solução de muitos problemas, mas isso não vem ao caso agora.

E ficou bom? É ficou. Realmente nenhum clássico, mas um título sólido. Boa variedade de golpes, especiais eficientes, incluindo o soco de vários megatons (não lembro quantos). Uma boa variedade de inimigos.

Mas por que então isso não virou um clássico, você pergunta? Vejamos. Primeiro, é muito obscuro mesmo. não tanto quanto algumas bizarrisses que vem do Japão, mas é pouco conhecido. O jogo é dificil. Realmente pode te massacrar até nas fases iniciais, e em parte porque o Sonic Blast Man é um cara muito lento, talvez devido ao tamanho enorme dos personagens, o que seria uma vantagem em outras situações. O departamento de som também não ajuda, com músicas de ruins para medianas.

E talvez por gostar tanto do personagem, e ainda não sei exatamente por que, eu joguei a continuação. Em Sonic Blast Man 2 tinha mais dois personagens para escolher. E era a clássica formação de três pessoas em beat´n ups. E de boa, não lembro o nome deles, sei que um era um cara loiro, o outro uma mulher. O jogo não melhorou em nada. Todos os problemas da primeira versão ainda estavam lá e sem melhorias para ignora-los. Posso estar sendo muito critico, mas acho que já tinha percebido como era um jogo mais ou menos. Ou ruim mesmo.

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Sonia, a identidade civil do Sonic Blast Man e o Captain Choyear. E como queriam que eu lembrasse esse nome??!!! E que caralhos é Choyear?!NOTA 6 (O primeiro)
NOTA 5 (O segundo)

Rushing Beat

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Esse aqui é o seguinte. Eu joguei o segundo capitulo da série apenas, mas deve ser o bastante. Quatro personagens para escolher, incluindo um ninja verde de tênis, suficientemente diferentes para isso importar. Um arsenal de golpes variado e eficiente, assim como os inimigos. Músicas na média, gráficos bem feitos, é nenhum clássico mas tudo bem.Então por que ninguém parece gostar do jogo?Quero dizer, ninguém das pessoas que conheço, fora uma ou outra opinião que vi pelos anos. E creio ter descoberto. A duração do jogo. Esse é um jogo muito longo, com muitas fases, todas compridas. E acabava se tornando enjoativo. Estou supondo porque nunca tive uma resposta melhor do que “Ah sei lá, é chato.” ou “Vai colocar esse jogo de novo? Vamos jogar outro?”

Dê uma olhada por conta própria e forme sua opinião. No máximo você vai se juntar ao coro de descontentes comigo e com a Tecmo.

NOTA 7.

Teenage Mutant Ninja Turtles


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Eu não conseguia tirar meus olhos daquela ruiva. O que talvez explique porque apanhava tanto no jogo…
Tem um monte de jogos da Tartarugas Ninja por aí. Mas sejamos sinceros, quais são os únicos lembrados? O arcade da Konami e as versões caseiras, no SNES e Mega. E é isso.
Qualquer pessoa que lembre de outra versão, principalmente as mais recentes merece morar no esgoto e ser a mulherzinha do Bebop e do Rockstead.A versão do arcade, com quatro jogadores, claro, ação frenética, trilha sonora que só pude ouvir claramente recentemente (não dava para ouvir no fliperama), foi protagonista de um esforço sobre humano, quando meu primo Marcio e eu vencemos o jogo e provavelmente pagamos o carro do dono do lugar em fichas.Há diferenças entre as quatro tartarugas, que se deve observar bem, para que se adapte ao seu estilo de jogo. Michelangelo tem mais força, Rafael, velocidade, Donatello alcance e Leonardo…..é o equilibrado. Donatello é minha sugestão para o jogador solitário, justamente por causa do alcance.

Diversos inimigos do desenho fazem sua participação aqui, todos bem caracterizados e, diga-se de passagem, dando muito mais trabalho para as Tartarugas do que no desenho. Claro, é um arcade, a dificuldade foi feita para tirar tantas fichas quanto possível, o que funcionou no meu caso. Mas era um jogo tão bom que valia cada centavo, literalmente. E valia até o risco da nossa avó descobrir que íamos jogar, quando ela falava para não chegarmos perto daquele fliperama.

Já as versões caseiras eram mais fáceis. Não muito, mas o bastante para que nossos cérebros não saíssem pelas orelhas. Não eram ports exatos do arcade e nem tinham essa intenção. Eram jogos apenas baseados no arcade mas com sua própria identidade, e não eram iguais. The Hyperstone Heist, a versão do Mega, e Turtles in Time, do SNES, tinham fases próprias e eram bem adaptados para seus respectivos consoles. A versão do SNES era um tanto mais próxima do arcade, até por ter aqueles efeitos de zoom e Mode 7 que o Mega Drive com seu “Blast Processing”, fosse lá o que isso fosse, não fazia. Mas era só perfumaria nesse grande jogo. As diferenças entre as Tartarugas ficaram um pouco mais acentuadas nas versões caseiras, o que torna jogar com cada uma uma experiência diferente.

Se tiver que escolher uma, fique com o SNES. A ação é um pouco mais veloz e mais parecida com o arcade.

NOTA 8 (Arcade) perde um ponto pela dificuldade absurda.
NOTA 9 (SNES)
NOTA 8 (Mega)

Logo, a terceira parte.