Arqueiro Verde – O Espírito da Flecha

As duas partes no mesmo post, óbvio.

Oliver Queen está de volta, seis anos após a sua morte em uma explosão de um avião no qual sacrificou a sua vida. Desorientado e desmemoriado, o Arqueiro Verde não se lembra apenas dos últimos anos no qual esteve morto, mas de muitos anos antes. Na verdade o herói não se lembra nem mesmo do acidente que lhe ceifou a vida, o do fato de possuir um filho. Como se isso não fosse confusão o suficiente, Etrigan o Demônio está tentando mandar o recém ressuscitado de volta pra terra do pé junto.

Segundo o demônio, o Oliver Queen que voltou é apenas uma casca, um corpo que possui memórias, mas não alma, se tornando então um receptáculo perfeito para qualquer entidade maligna que deseja andar pela terra. Enquanto o problema tenta ser resolvida, em Star City uma série de desaparecimentos e assassinatos de crianças intriga a polícia com motivações um tanto quanto macabras.

***

Ok, agora balança de histórias escritas pelo Kevin Smith pendeu pro lado positivo. Antigamente estava pesando fortemente pro lado ruim, pois conhecia apenas o terrível arco Cacofonia, do Batman, uns anos depois a leitura de Demolidor: Diabo da Guarda  acabou por redimir o gordo nerd aos meus olhos. Espírito da Flecha acabou vindo pra fazer ele cair nas minhas graças. Inicialmente parece um tanto de pontas soltas jogadas e plots estranhos, mas que se amarram perfeitamente na conclusão.

Os desenhos de Phil Hester são bons, competente  na narrativa, mas eu tenho a ligeira impressão de que eu já vi a mesma estética em pelo menos uns três caras diferentes, inclusíve nos desenhos horríveis do Casey Jones. Deve ser problema da época, quadrinhos do começo dos anos 2000 ainda se recuperavam da queda absurda de qualidade nos anos 90.

No primeiro encadernado a história extra é a republicação de The Brave and The Bold 85, de 1969. Na história, escrita por Bob Haney e desenhada por Neal Adams, Batman e Arqueiro Verde, assim como suas contrapartes civis, buscam solucionar o problema do atentado de um promissor senador, provavelmente a mando do crime organizado. Esse foi um período crucial nos quadrinhos, de amadurecimento constante que culminou com as grandes obras do ano de 1986 e cujos reflexos encontramos até hoje. Vale dizer que no ano seguinte foi lançada a série Arqueiro Verde/Lanterna Verde, um verdadeiro clássico.

No segundo encadernado temos partes das Flash Comics 86 e 92, de 1947 e 1948 respectivamente. Neles temos a primeira e segunda aparição da Canário Negro, inicialmente uma anti heroína que roubava de ladrões, mas logo passou a atuar  como heroína em tempo integral, status que continua até hoje. Mesmo sendo importantes devido as origens de personagens importantes e relevantes até hoje, os quadrinhos dos anos 40 e 50 podem ser um tanto enfadonhos de se ler hoje em dia, tanto  pelo clima ultra inocente quando pelo andamento lento e cheio de furos para os padrões atuais.

Saldo Final: Espírito da Flecha é uma ótima história, equilibra ação, bom plot e momentos de descontração, porém não tem como recomendar devido o preço total ser mais de 100 pila.

Godoka
19/02/2018