A Serie of Unfortunate Events – Desventuras em Série

É como o Super Amiches. Vá ver outra coisa.

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Dias atrás, li uma postagem no Facebook de nosso sempre amiche Churrumino, reclamando que, por causa do barulho fora de sua casa, não conseguia prestar atenção à nova série do Netflix, A Serie of Unfortunate Events. E então pensei:

“Bolinho de chuva fica muito bom com requeijão”.

A Serie of Unfortunate Events – Desventuras em Série é uma série de 13 livros escritos por Daniel Handler (que adaptou os episodios da série), com o pseudônimo Lemony Snicket, que também é o narrador da bagaça. O sujeito deixa bem claro, com frequencia, que não é uma história feliz e que seria melhor as pessoas pararem de acompanhar e irem fazer outra coisa.

E de fato, parando pra pensar, os três orfãos Baudelaire vivem uma vida pouco invejável, a partir de um ponto.

Esse ponto.

Esse ponto.

Esse ponto é justamente a misteriosa morte de seus pais, em um incendio. Depois disso, eles são encaminhados para um tutor, até que a mais velha, Violet (Malina Weissman, com uma adequada expressão de “me fodi”) tenha idade para herdar a imensa fortuna da familia. A questão é que esse tutor é o bizarro Conde Olaf, que, pelo menos para as crianças, admite que só quer dar um jeito de pegar a grana.

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Boa parte do clima é passado por dois fatores, a narração de Lemony Snicket (Patrick Warburton, que está bem diferente do que costumamos ve-lo interpretar) e a estranha ambientação, fantasiosa e impossivel de precisar a data. Isso com certeza é ajudado pelo produtor executivo diretor Barry Sonnefeld, fazedor também dos dois filmes da Famila Addams por exemplo.

Houve, alguns anos atrás, um filme com Jim Carrey, produzido pela Nickelodeon, cuja intenção era virar uma franquia, mas ficou por ali mesmo. Não que seja ruim de todo, mas é bem meh.

E definitivamente, o Conde Olaf de Neil Patrick Harris é muito mais sinistro. Por sinal, como acontece com alguma frequencia, o vilão é o melhor personagem e Harris está do caralho interpretando um ator ruim e os seus diversos disfarces, igualmente ruins.

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Mas plenamente capazes de enganar os adultos e não os irmãos Baudelaire. Esse é um dos temas dos livros e da série. Praticamente todos os problemas deles seriam resolvidos se os adultos lhes dessem ouvidos. Ao invés disso, só recebem respostas do tipo “aham claudia senta lá”.

Em especial do falsamente bem intencionado sr. Poe (K. Todd Freeman), que nas suas tentativas canhestras de fazer tudo em absoluto seguimento das regras, e na verdade pouco se importando com as crianças em si, é quase tão vilanesco quanto o Conde Olaf. Mas o que esperar de um sujeito que interpreta “as crianças devem ficar com o parente mais próximo” literalmente, e que então as despeja no sujeito que mora a poucas centenas de metros da casa deles?

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Quem merece ser escutado com atenção, são os capangas do Conde Olaf, que tem algumas das melhores falas da série. Na verdade, o elenco em geral está ótimo.

Dos treze livros, a primeira temporada adaptou quatro, então é provavel que a segunda adapte outros quatro e uma terceira, os restantes.

No fim, é impossivel seguir o conselho do tema, cantado por Patrick Harrys, e “olhar para o outro lado”.

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Zweist
01/02/2017